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Saiba escolher entre SELIC, CDI ou IPCA

SELIC, CDI e IPCA

Na hora de investir em renda fixa, o investidor também deve ter atenção a alguns detalhes importantes. Por exemplo, saber escolher entre o indicador SELIC e o IPCA é um deles. Afinal, essa definição pode impactar significativamente o resultado da sua aplicação e o retorno futuro.

Não é raro encontrarmos pessoas que, simplesmente, seguem cegamente a recomendação do gerente do seu banco e selecionam o indicador sem saber o que estão fazendo e sem questionar o retorno que aquele indicador pode trazer. A estratégia de investimentos de uma pessoa deve ser muito bem pensada e desenhada visando à rentabilidade do dinheiro conforme suas necessidades.

Logo, o ideal é que você conheça os conceitos e aplique nos seus aportes. Neste artigo, mostraremos tudo o que você precisa saber sobre SELIC, IPCA e CDI, os principais indexadores de ativos de renda fixa.
Acompanhe!

O que são os indicadores de rentabilidade?

Os investimentos são classificados em dois grandes grupos. Os de renda variável são aqueles em que a lucratividade varia de acordo com as oscilações do mercado, como as ações. Por outro lado, temos a renda fixa que possui taxas de rentabilidade fixadas no momento em que o investidor faz o aporte, dando uma maior noção do retorno que será dado no vencimento do título ou no resgate.

Justamente nessa última modalidade é que encontramos termos como o indicador SELIC ou IPCA. O objetivo deles é fornecer uma base para que o investidor entenda como será a lucratividade da sua operação de investimentos.

A SELIC e o IPCA ou o CDI são apenas alguns exemplos, geralmente, os mais utilizados pelos ativos de renda fixa. Contudo, podem existir outros indexadores ou, até mesmo, uma taxa pré-fixada pela própria emissora do título. Contudo, é mais frequente encontrar estes títulos de renda fixa vinculados a esses indicadores.

Como eles são aplicados nos ativos de renda fixa?

A aplicação deles nos ativos de renda fixa é muito simples. Certamente, você já deve ter visto esse tipo de informação em algum lugar: Ativo X remunera 90% do CDI. Isso significa que a aplicação paga quase a totalidade do indexador que seria o CDI.

Por exemplo, imagine que, em determinado momento, o CDI estava na casa dos 6%. Se o ativo remunera 90% desse percentual, significa que a sua rentabilidade será de 5,4% (6 x 90%).
Outra forma de aplicação é utilizar o índice acrescido de um percentual. Essa modalidade é muito comum de ser encontrada com o indicador SELIC ou IPCA. Por exemplo, é possível ter um ativo com a seguinte inscrição: IPCA + 2%.

Assim, se o índice estiver em 5%, isso quer dizer que a sua aplicação terá uma rentabilidade total de 7%, somando ambos os percentuais. Tanto o IPCA quanto a SELIC são indicadores muito comuns em títulos do Tesouro Direto.

Como escolher um entre os principais indicadores?

Agora, mostraremos como você pode escolher os seus ativos de renda variável tomando como base esses indicadores que mencionamos anteriormente. Para tanto, precisamos aprofundar-nos um pouco mais no conceito de cada um deles. Então, continue lendo para conhecê-los melhor.

IPCA
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é um indicador cujo objetivo é medir a oscilação dos preços totais dos produtos que circulam na economia brasileira, focando naqueles que têm o maior consumo por parte dos brasileiros.

O responsável pelo seu cálculo é o IBGE, que tem a prerrogativa de ser utilizado como índice oficial para medir a inflação do país. Quando ele oscila positiva ou negativamente, significa que a inflação aumenta ou diminui.

A dúvida que fica no ar é: como esse indicador pode ser tão importante para o universo dos investimentos? Para entender isso, é importante voltar um pouco no tempo. Nosso país tem um histórico inflacionário muito preocupante.

Nem vamos considerar aquele momento em que tivemos controle de preços e escassez de produtos, quando o dinheiro inflacionou tanto que o salário de um mês poderia não valer nada de um dia para o outro. Até porque a atual Constituição Federal veda esse tipo de ação.

Estamos nos referindo à história mais recente. Tivemos momentos em que a nossa inflação atingiu os 2 dígitos, ou seja, mais de 10%. Conseguimos controlar, mas, agora, notamos os percentuais chegando a esses patamares novamente.

Com isso, ao utilizar um indicador vinculado à inflação, você tem a oportunidade de manter suas aplicações rendendo sempre acima dela. Sendo assim, se você deseja manter um valor aplicado por muito tempo, os ativos vinculados ao IPCA são uma boa opção.

Afinal, eles sempre proporcionarão uma rentabilidade superior à própria desvalorização do dinheiro, fazendo com que o seu capital não seja corroído pela inflação, evitando perder o poder de compra com o passar do tempo.

SELIC
A SELIC é a conhecida taxa de juros básica da economia. O seu percentual é definido por meio do Comitê de Política Monetária (COPOM), formado pelo ministro da economia, pelo presidente do Banco Central e por outras autoridades financeiras nacionais.

A sigla é utilizada para designar o termo Sistema Especial de Liquidação e Custódia. A ideia é ter uma referência da média de operações de crédito feita no sistema, utilizada pelo Banco Central para influenciar as taxas de juros no país.

Ela é muito comum de ser utilizada em ativos de renda fixa, como as Letras de Crédito do Agronegócio e Imobiliária (LCA e LCI), bem como os Certificados de Depósito Bancário (CDB). A SELIC foi alvo de muita discussão e especulação nos últimos anos.

Isso, especialmente, por ter atingido o percentual mais baixo da sua história, chegando a 2% ao ano, em 2020. Isso fez com que muitas pessoas esquecessem os investimentos vinculados a ela e passassem a optar por outras modalidades mais interessantes.

Inclusive, foi nesse momento que muitas pessoas, simplesmente, esqueceram a renda fixa e optaram pela renda variável em busca de encontrar oportunidades de investimentos mais lucrativas.

RELAÇÃO ENTRE SELIC E IPCA
Antes de selecionar suas aplicações, é importante entender que existe certa relação entre o IPCA e a SELIC. Uma pode interferir no andamento da outra, e você deve ficar atento a isso antes de investir ou, até mesmo, durante o acompanhamento de uma aplicação já executada.

As autoridades financeiras tendem a entender que o aumento dos preços (inflação) pode ser controlado ao aumentar a SELIC. Inclusive, testemunhamos esse fato no segundo semestre de 2021, enquanto o COPOM aumenta a taxa de juros na tentativa de conter a inflação.

Isso é feito para deixar o crédito mais caro, diminuir a capacidade de consumo da população, tornando a oferta e a demanda mais equilibradas. Essa relação direta pode interferir na rentabilidade dos seus ativos.

Por isso, é importante ficar atento a esses movimentos e, em determinados momentos, mudar de título ou de indicador para aproveitar algum tipo de alta em algum deles. Contudo, é sempre fundamental analisar outros fatores do cenário econômico, principalmente a inflação.

CDI
O Certificado de Depósito Interbancário é um título emitido pelos bancos que têm por objetivo garantir empréstimos de curtíssimo prazo entre as próprias instituições bancárias. Essas transações diárias geram um indexador que, consequentemente, é utilizado como taxa de rentabilidade em investimentos de renda fixa.

Nesse sentido, quanto maior estiver o CDI, maior será a rentabilidade das aplicações. Portanto, o ideal é que você escolha ativos que remunerem, pelo menos, 100% do percentual. Dessa forma, é possível aproveitar todo potencial de rentabilidade que eles possuem.

Um detalhe importante a ser mencionado é que o CDI costuma seguir a tendência da SELIC. Afinal, ambos têm objetivos que concorrem entre si, competindo pelo dinheiro dos bancos. Se a SELIC estiver muito mais alta que o CDI, é provável que os bancos prefiram títulos públicos indexados por ela. Por isso, é fundamental ter atenção a esse detalhe.

Quais são as vantagens de fazer a escolha certa?

Ao fazer a escolha correta na hora de selecionar o indicador, você terá dois benefícios mais importantes. Primeiro, terá a possibilidade de fazer o seu patrimônio crescer com o passar do tempo. Em segundo lugar, protegerá o capital da corrosão causada pela inflação.

A renda fixa reúne títulos que podem proporcionar uma rentabilidade interessante. Todavia, muito longe das possibilidades existentes na Bolsa de Valores com os ativos de renda variável, tais como ações, fundos de investimentos etc.

Contudo, muitas pessoas preferem a renda fixa por ser mais simples e, especialmente, segura. Porém, com todas as informações que mencionamos, derrubamos completamente aquela ideia de que você pode “colocar o dinheiro no ativo e deixar lá”.

Inclusive, essa prática pode ser tão arriscada, ou até mais, que investir em ações de uma empresa, por exemplo. Afinal, uma escolha equivocada pode fazer com que você perca dinheiro ao longo dos meses e anos, especialmente, no Brasil em que a economia tem movimentos de alta e baixa muito bruscos.

Contudo, atualmente, é possível tomar decisões mais assertivas e lucrativas sem ter que se dedicar horas do dia analisando o mercado. Para tanto, existem profissionais qualificados que disponibilizam seu tempo e conhecimento para fazer esse trabalho. Você pode encontrá-los nas corretoras ou nos bancos digitais, como o modalmais. Eles são os chamados assessores de investimentos.

Por fim, podemos concluir que os indicadores SELIC ou IPCA, bem como o CDI, devem fazer parte do dia a dia do investidor que deseja ter sucesso em suas aplicações. Ao conhecer bem os detalhes de cada um deles, você tem mais chances de tomar decisões assertivas e lucrativas.

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