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O que é a recompra de ações? Como funciona?

Seja pela baixa no valor dos ativos, seja pela redução nos custos com dividendos ou mesmo para uma distribuição entre os próprios executivos ou colaboradores, a recompra de ações é uma atitude bem comum no mercado de capitais. No entanto, a operação necessita do aval da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), sendo geralmente um comportamento focado no aumento dos lucros.

Com o objetivo de ajudá-lo a entender melhor sobre esse assunto, elaboramos este post com informações imperdíveis. Confira!

O que é a recompra de ações?

Geralmente, a recompra de ações é influenciada por uma queda acentuada no valor dos ativos, fazendo com que determinada empresa julgue que as mesmas estão sendo mal avaliadas pelo mercado.

Assim, a prática acontece quando as companhias injetam as próprias economias na recompra dos papéis em circulação, diminuindo o número que será negociado na Bolsa de Valores.

Muitas vezes, a iniciativa acontece por meio do programa Stock Options. Como não são todas as ações de uma empresa que estão circulando no Day Trade, elas acabam sendo conhecidas como free float, variando no número de acordo com as decisões de cada companhia.

Como a recompra faz parte das estratégias das empresas, a decisão sobre o que será feito na sequência é particular das organizações. Enquanto umas mantém os papéis na tesouraria, outras podem simplesmente cancelá-los.

Dessa maneira, podemos afirmar que a recompra das ações faz parte de uma atitude das empresas de capital aberto que têm a intenção de readquirir os ativos que já foram vendidos na B3.

Obtendo a aprovação da CVM, existe um prazo de um ano para a finalização do processo de recompra. Nesse momento, é possível cancelar as ações, com impacto direto na redução no número de acionistas e menos lucros ou uma posterior revenda, podendo influenciar no aumento da rentabilidade.

No entanto, existe uma condição: a tesouraria da empresa não pode manter mais do que 10% do total de ações que têm no mercado.

Por que realizar a recompra de ações?

O primeiro motivo para uma companhia efetuar a recompra de ações é que existe uma mensagem direcionada ao mercado sobre a capacidade de os papéis oferecerem lucros acima do obtido até determinado momento.

Baseadas em dados que contradizem as análises mercadológicas, as empresas buscam dinheiro nos próprios caixas para conduzirem a ação, fazendo com que a notícia seja divulgada pelos meios de comunicação especializados.

Assim, a atitude acaba despertando o olhar de novos investidores, que podem embarcar na compra das ações, sempre com foco em uma nova rodada de valorizações. Com isso, existem inúmeros tipos de comportamentos que objetivam a melhora do cenário por meio da recompra de ações.

Entre eles, está a sinalização da corporação, demonstrando ao mercado que as ações ainda despertam interesse interno e que há dinheiro reservado para investir nelas.

Outro detalhe da recompra de ações é que ela pode aumentar os lucros por meio da diminuição no número de acionistas, elevando os dividendos.

Além disso, faz parte de uma estratégia que possibilita que sejam guardadas para um momento mais propício, priorizando uma revenda quando as cotações estiverem favoráveis.

Portanto, a medida é muito utilizada para gerar valor para os sócios, além de focalizar na melhora das cotações, sempre seguindo essa trajetória que demonstramos até aqui.

Assim, é possível unir vários benefícios na recompra de ações, principalmente se a companhia tiver dinheiro em caixa e planos de expansão engavetados.

Outro ponto que merece a sua atenção é que a iniciativa ajuda na premiação de colaboradores e revalorizam as ações. Além disso, é possível driblar as regras e impostos sobre dividendos, tendo em vista que eles não são taxados no Brasil, agregando valor aos acionistas.

Como funciona?

Primeiramente, a recompra de ações é uma atividade que sempre deve ser informada com antecedência ao mercado de capitais.

Após o anúncio, existe uma etapa a ser seguida. O primeiro passo é a aprovação pelo Conselho de Administração da empresa, que deve votar a decisão, tendo em vista que envolve os acionistas.

Em seguida, eles definem a quantidade de ações e datas das compras, sempre com a possibilidade de extensão nos prazos. Depois, chega a hora da finalidade, ou seja, os objetivos do programa.

Aí entram os aspectos já anunciados acima, como reserva financeira, cancelamento das ações, remuneração dos colaboradores etc.

Dentro do cronograma, geralmente as companhias também anunciam algum fato de relevância, com foco na valorização do que foi decidido pelo Conselho. Por fim, é feita a recompra de ações por meio de uma corretora ou bancos de investimentos.

Quais são as principais vantagens da recompra de ações?

Recomprar ações é uma estratégia de negócios e pode ser muito lucrativa, desde que os acionistas coloquem em prática um planejamento bem alicerçado, sempre com foco nos dividendos.

Nesse sentido, a possibilidade de obter lucros bem maiores em comparação aos preços iniciais, sem a necessidade de aportes, é um dos principais benefícios da recompra de ações.

Afinal, o lucro é repartido com um número menor de papéis em circulação, ou seja, o valor de cada ação, inevitavelmente, sobe. Assim, cresce a participação de cada acionista, tendo uma fração maior em relação ao capital da organização. E eles não param por aí. Observe mais benefícios da medida:

  • Aumentam as participações nos proventos;
  • Mais lucros por ação;
  • Melhor divisão dos dividendos;
  • Retorno positivo a longo prazo.

Para fazer um bom negócio, a dica é sempre ficar de olho no dividend yield das empresas na Bolsa de Valores. Trata-se de uma métrica que mensura o rendimento de uma ação por conta do pagamento dos dividendos.

Em seu cálculo, são analisados os proventos que são distribuídos pela empresa e também o preço dos papéis negociados na B3.

No caso dos proventos, ele está ligado com a necessidade de investimentos que a empresa deve cumprir no plano de crescimento, o caixa existente e os valores mínimos de distribuição descritos no Estatuto Social.

Como os investidores estão sempre priorizando os lucros a longo prazo, observar os dados é fundamental. Portanto, as demonstrações financeiras são sempre necessárias.

O que saber antes de fechar uma recompra de ações?

Sabendo-se que os riscos são inerentes no dia a dia da Bolsa de Valores, nada melhor do que agir sempre com embasamento em dados confiáveis, fato que previne muitas dores de cabeça.

Por isso, vale a pena seguir algumas dicas. A primeira delas é observar se a empresa sempre anuncia quantos ativos foram comprados. Caso contrário, pode ser um grande risco.

Analise se o programa tem abertura para que os investidores participem e tenha acesso a todos os dados sobre a recompra de ações.

Caso determinada ação esteja com um preço muito abaixo do mercado, avalie qual seria o valor justo. É importantíssimo ainda verificar se a empresa conta com patrimônios e recursos em caixa, além de transmitir confiança no mercado.

Retorno sobre o investimento

Como todo investidor está ligado no retorno que terá sobre um investimento (ROI), a pergunta que sempre pode vir na mente é: a recompra de ações garante um lucro considerável?

Apesar dos riscos existentes, podemos afirmar que essa iniciativa geralmente representa retornos financeiros bem melhores em comparação a outros tipos de produtos, incluindo uma valorização a longo prazo bem atraente.

Como as próprias empresas apostam na valorização, muitas vezes a reviravolta é positiva, ou seja, sempre é preciso confiar no potencial da companhia. De que maneira?

Fazendo constantes análises, verificando balanços, consultando o mercado e outros investidores. Observe o histórico, dados sobre a liquidez, patrimônio e se realmente o caixa está em dia.

Afinal, existem empresas que anunciam a recompra de ações, mas não chegam a executá-la, sendo um blefe com foco na valorização dos ativos. Portanto, é preciso sempre agir com racionalidade.

No caso das empresas, a atitude é fundamental no momento em que existe a percepção de que haverá mais lucro com a diminuição no número de acionistas, ou seja, quanto menor for a porção de dividendos, maior será a porcentagem dividida entre os acionistas.

Além disso, empresas que são otimistas quanto à valorização dos ativos geralmente influenciam positivamente no mercado, conquistando lucros bem maiores do que os planejados.

Crescimento nos últimos anos

Tanto é que a recompra de ações tem movimentado o mercado, com constantes altas nos últimos anos. Inclusive, um levantamento da Comissão de Valores Mobiliários mostra que os programas de recompra de ações aumentaram em 44% somente em 2021.

Fluxo que vem aumentando, com 37 recompras registradas até maio de 2022, com destaque para as empresas do setor de Máquinas, Equipamentos, Veículos e Peças. Na sequência, vem Serviços Financeiros e Varejo.

A ideia é resgatar até 48,2 milhões de ações no mercado, valor bem acima dos 36,2 milhões registrados no ano passado. A ideia é que a maior parte dos novos planos sejam finalizados nos próximos 18 meses.

No entanto, o perfil das empresas vem mudando ao longo dos anos, com uma participação considerável das de tecnologia.

Como o número de boas pagadoras vem diminuindo, a dica é sempre contar com um banco de investimentos para você não errar na hora de definir uma recompra de ações. Assim, certamente o seu dinheiro sempre estará sendo valorizado.

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