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Metaverso: o mundo virtual que está chamando a atenção dos investidores

Depois que Mark Zuckerberg expôs sua mais nova versão do Facebook, o metaverso, o assunto se tornou um dos mais comentados no meio da tecnologia. Em suma, trata-se da reformulação da plataforma para adaptá-la a uma mudança que está sendo desenvolvida há anos. No entanto, o conceito de metaverso se estende muito além de tudo o que sabemos hoje sobre redes sociais, realidade virtual e aumentada.

O que é Metaverso?

De maneira simplificada, o metaverso é um ambiente digital imersivo fundamentado em tecnologias como realidade aumentada, realidade virtual e hologramas. Em outras palavras, ele é uma espécie de nova camada da realidade, sendo capaz de unir o mundo real e virtual em uma única experiência.

Se você tem familiaridade com o filme Matrix (1999, Lilly e Lana Wachowski), pense no metaverso como o mesmo conceito. No contexto do filme, o que as pessoas interpretam como real é, na verdade, uma realidade concebida dentro de suas mentes por meio inteligências tão artificiais avançadas que apenas as mentes mais evoluídas são capazes de distinguir o que, de fato, é digital e o que é orgânico.

Outra forma interessante de entender o que é o metaverso é pensar em jogos virtuais online como Minecraft, Fortnite e GTA V. Os usuários criam avatares (personagens digitais customizados que os representam virtualmente) e podem interagir, ter uma vida social, comprar coisas e até mesmo trabalhar dentro dessa realidade aumentada. Em outras palavras, a ideia não é apenas observar o mundo virtual, mas sim fazer parte dele.

Entusiastas e aficionados por tecnologia enxergam o metaverso como o próximo passo evolutivo da internet. Já outras pessoas veem o metaverso como uma “droga” viciante para se fugir do mundo real e viver em uma realidade alternativa, além de grandes riscos para a privacidade. No entanto, a consolidação dessa utopia depende, ainda, de que algumas tecnologias amadureçam, como o polêmico 5G.

Quando surgiu o Metaverso?

Apesar de ter se popularizado nos últimos meses, o conceito de metaverso não foi criado agora. Foi em 1992 que o escritor Neal Stephenson usou a expressão pela primeira vez, em seu livro de ficção científica “Snow Crash”. A narrativa conta a trajetória de Hiro Protagonist, um homem que, no mundo real, trabalha entregando pizzas, mas, no ambiente digital, é um guerreiro samurai.

O escritor Ernest Cline, em 2011, abordou o assunto em Ready Player One (Jogador Número 1, no Brasil), um romance futurista que acabou ganhando uma adaptação cinematográfica em 2018, pelo renomado diretor, produtor e roteirista Steven Spielberg. Na história, as pessoas vivem em um mundo distópico e passam horas e mais horas em um simulador virtual chamado OASIS, onde podem ser e fazer o que bem entenderem.

O mundo dos games e as primeiras tentativas do Metaverso

Houveram diversos projetos que tentaram criar uma realidade alternativa virtual no decorrer das últimas décadas, especialmente no universo dos games. Em 2003, a desenvolvedora de jogos norte-americana Linden Lab, lançou o Second Life. Tratava-se de um mundo virtual 3D que simulava a vida. Os usuários podiam criar seus próprios avatares e socializar uns com os outros.

Na prática, o game atraiu milhares de participantes mundo agora, porém a tentativa de unificar os mundos real e virtual fracassou. Uma das principais razões para isso foi o fato de que o projeto não pôde contar com as tecnologias da época — além de uma cultura de consumo ainda muito imatura em relação à tecnologia — para desenvolver uma economia digital sustentável. Ou seja, um sistema no qual os usuários pudessem ganhar dinheiro e ter propriedades digitais, como os NFTs que, hoje, tornam isso totalmente possível.

Jogos como Minecraft, Roblox e Fortnite também usufruem do conceito de metaverso, oferecendo aos usuários elementos que integram essa nova realidade. Por exemplo, nesses games, os participantes podem criar seus próprios personagens, cumprir missões, relacionar-se com outras pessoas e até mesmo irem a eventos, como foi o caso da cantora Ariana Grande que realizou um show dentro do jogo Fornite com milhares de expectadores “presentes”.

Vale ressaltar, contudo, que a premissa do metaverso está muito além dos games online. A proposta é trazer todos os aspectos da vida real dos seres humanos — relacionamentos, estudos, lazer, trabalho, consumo etc — para o virtual e permeá-los de maneira imersiva.

Como funciona o Metaverso?

Para existir, o metaverso depende de uma vasta gama de tecnologias (que serão mais bem abordadas mais adiante), como diferentes tipos de realidades virtuais, plataformas comunitárias, ferramentas de local de trabalho, dispositivos eletrônicos e até mesmo elementos de jogos.

Para que esse “universo paralelo” exista e transporte o usuário para dentro de experiências imersivas, interativas e com altíssimo nível de realismo, ele deve partir de conceitos tecnológicos como:

blockchain;

● Inteligência Artificial;

● realidade virtual;

● realidade aumentada;

● e criptomoedas.

De acordo com as palavras de Zuckerberg em uma recente entrevista, as pessoas podem pensar no metaverso como uma versão materializada da internet, na qual você não apenas mais vê o conteúdo, mas está dentro dele. Para o CEO do Facebook, os usuários usarão dispositivos especiais para visualizarem itens virtuais diante de si (no mundo real) e terem acesso ao metaverso a qualquer momento.

Com base nesses fundamentos, o metaverso propõe que as pessoas criem sua própria identidade visual e usufruam de uma experiência completa, podendo comprar, gerar dinheiro e investir por meio de uma moeda criptografada que seja universalmente aceita.

Quais são as tecnologias que compõem o Metaverso?

Para finalizarmos, veja a seguir algumas tecnologias que são essenciais para que a experiência no metaverso seja completamente imersiva.

REALIDADE VIRTUAL (VR)
VR (na sigla em inglês) ou realidade virtual nada mais é do que um ambiente digital em 3D, desenvolvido por computadores, para simular o mundo real e permitir que os usuários interajam com os elementos ali presentes. Essa tecnologia, atualmente, só pode ser acessada com o uso de gadgets especiais, como os óculos de VR equipados com sensores e fones de ouvido.

REALIDADE AUMENTADA (VA)
Embora o tema seja parecido, a realidade aumentada vai um pouco além da VR. Em termos simples, a realidade aumentada é capaz de combinar elementos do mundo físico ao mundo digital.

Um exemplo que se tornou uma febre entre os usuários há poucos anos foi o game Pokémon Go, no qual os jogadores podiam usar as câmeras de seus celulares para capturar personagens digitais em um mapa baseado no mundo real.

A VA também exige o uso de dispositivos específicos para que as pessoas possam usufruir da experiência, como smartphones ou óculos com lentes especiais.

BLOCKCHAIN, CRIPTOMOEDAS E NFTS
Como foi mencionado, um dos grandes objetivos do metaverso é proporcionar às pessoas a experiência completa da vida real dentro de um ambiente digital, e isso inclui as relações afetivas, de trabalho e de consumo. Para consumir, é preciso dar suporte a uma economia digital, concorda? E é neste ponto que o metaverso se relaciona com o mercado de criptos.

Em suma, blockchain é a tecnologia que permite que as moedas criptografadas existem, como o famoso bitcoin. A blockchain funciona como uma rede que permite o rastreamento, envio e recebimento de determinados tipos de dados dentro do ambiente online. Por ser extremamente segura, é nela que ocorrem as transações financeiras por meio de criptomoedas.

O mesmo conceito se aplica ao caso das tão faladas Non-fungible Token (NFTs). Resumidamente, uma NFT é um código para autenticação de um determinado arquivo na rede de computadores, garantindo que ele seja único, assim como os certificados digitais, popularmente usados por empreendedores e profissionais no Brasil.

No contexto do metaverso, tanto a blockchain quanto as criptomoedas e as NFTs são fundamentais para que uma economia digital seja sustentada, superando o desafio que o jogo Second Life não foi capaz de vencer, em 2003. Por meio dessas tecnologias os usuários poderão, por exemplo, trabalhar, gerar dinheiro, pagar por bens e produtos e até mesmo criar elementos que serão comercializados como exclusivos, como obras de arte.

A expectativa é que não apenas as pessoas se interessem pelas vantagens desse ecossistema, mas as empresas também o utilizem para vender versões digitais de seus produtos e serviços dentro do metaverso, o que também abre uma margem infinita para a publicidade dentro desse ambiente.

Como você pôde ver, o metaverso já não é mais apenas uma hipótese inspirada em obras de ficção científica, mas sim uma tendência que deve se popularizar bastante nos próximos anos, fundindo elementos da vida real com aspectos digitais e vice-versa. A proposta é ir muito além de otimizar o consumo de produtos e serviços: é unificar o real e o universo digital em uma única experiência.

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