O grupamento de ações é um evento corporativo muito conhecido no mercado de renda variável. Seu conceito é muito simples de ser entendido. Afinal, em termos práticos, representa uma junção de papéis com o intuito de aumentar seu valor de negociação.
Essa estratégia é especialmente utilizada por empresas que negociam suas ações a baixos valores, por um determinado período de tempo, na Bolsa de Valores.
Entretanto, quais impactos esse evento poderia ter sobre o investidor? É justamente sobre isso que discorreremos neste artigo. Além de aprofundar um pouco mais o conceito, você descobrirá toda a estratégia que está por trás do grupamento de ações. Acompanhe-nos nessa breve leitura!
O que é o grupamento de ações?
Grupamento de ações é um procedimento adotado por uma empresa listada na Bolsa de Valores, que tem por objetivo condensar o seu capital em um número menor de ações e, consequentemente, aumentar o valor patrimonial dos papéis.
Na prática, desde 2015, a B3 notifica as empresas que têm ações ou units sendo negociadas abaixo de R$ 1, a partir do 30º pregão consecutivo, para que realizem o grupamento de ações. O não cumprimento das regras pode causar sérias consequências à empresa, que vão desde multa até suspensão das negociações em Bolsa.
Assim, o grupamento é executado, geralmente, para que a companhia possa ajustar o valor nominal de suas ações. O procedimento também é conhecido como inplit.
O principal motivo que leva uma empresa a recorrer a esse tipo de processo é o baixo valor pelo qual suas ações estão sendo negociadas na Bolsa. Essa situação aumenta muito a volatilidade das suas ações e, como consequência, os riscos.
Com isso, os investidores acabam tendo medo de aplicar seus recursos nessas empresas, o que pode contribuir ainda mais para a desvalorização dos seus papéis.
Como essa prática funciona?
Quando o conselho de administração de uma companhia decide realizar o grupamento, espera-se que o interesse por suas ações, por parte dos investidores do mercado acionário, aumente, já que com o preço de negociação mais elevado, a percepção dos investidores e do mercado como um todo com relação àquela empresa, pode mudar.
Para que você possa ter uma melhor compreensão de como funciona o grupamento, ilustraremos a situação por meio de um exemplo.
Imagine que a empresa X tem o valor de suas ações cotado, em média, pouco abaixo de R$ 1. Logo, esse preço é extremamente baixo, o que, inclusive, a impediria de fazer parte das companhias que compõem o Ibovespa.
Para resolver o problema desse pequeno valor por ação, a companhia resolve utilizar o grupamento, optando pela proporção 10/1 ou seja, de 10 para 1. Assim, em vez de contar com uma ação cotada a R$ 1, elas passam a ser cotadas a R$ 10, no entanto, o capital social da empresa permanece inalterado. E para o investidor, o que muda?
Assim, seguindo esse exemplo, investidores que comprarem lotes de 100 ações pagarão os mesmos R$ 1 mil que pagariam ao comprar 1.000 ações, se considerassem o valor unitário anterior. Entretanto, após o grupamento, o investidor que já possuía 100 ações em carteira, por exemplo, com o que totalizaria R$ 100, passaria a ter apenas 10 ações, no entanto, continuaria a possuir R$ 100 em patrimônio.
Então, resumidamente, o grupamento é semelhante à troca de dez notas de R$ 10 por uma única nota de R$ 100. Caso você tenha ações em carteira que passarão por grupamento, é importante ficar atento aos avisos aos acionistas, emitidos pela empresa. Além disso, atente-se à proporção do grupamento. Com essa informação, você saberá calcular com quantas ações ficará em carteira.
Por exemplo, se a proporção é de 5 para 1, basicamente, você deve dividir a quantidade de ações que possui em custódia, por 5. Por exemplo, se possui 100 ações e o fator de grupamento é o mesmo mencionado: 100/5 = 20. Portanto, você passará a ter 20 ações em carteira.
Apesar de ter um conceito simples, a sua efetivação demanda alguns procedimentos. O grupamento de ações não é executado de uma hora para a outra. Existe a necessidade de uma assembleia de acionistas para deliberar sobre essa decisão. Depois de toda a burocracia necessária, a companhia realizará a efetivação do grupamento.
Quais são os efeitos práticos do grupamento de ações?
O efeito principal do grupamento de ações está relacionado ao aumento do valor patrimonial por ação, visto que as quantidades das ações diminuem, o preço por ação aumenta proporcionalmente à redução na quantidade e o capital social da empresa permanecesse inalterado. No entanto, para o investidor e para a companhia, a maior vantagem desse evento corporativo está na redução da volatilidade dos preços desse ativo.
Todavia, o grupamento de ações não muda os fundamentos e as demonstrações financeiras da empresa. Isso significa que esse processo não garante mais solidez nos seus preços, se os demais critérios continuarem desapropriados ao ponto de vista do investidor.
Nesse sentido, a probabilidade de o valor da ação continuar caindo, mesmo após o processo de grupamento e voltar aos patamares que levaram a companhia a decidir pelo evento, ainda existe.
Quais são as vantagens e desvantagens desse processo?
Agora, analisando o ponto de vista do investidor, quais seriam as vantagens e desvantagens que o grupamento de ações pode proporcionar? Parte das respostas a essa pergunta, pode ser encontrada no que foi descrito anteriormente.
Ou seja, o procedimento pode não ser capaz de sustentar esse aumento no valor nominal das ações. Então, comprar papéis dessa empresa pode ser algo mais arriscado, tendo em vista o seu potencial de desvalorização.
Outro ponto que merece um destaque maior e que pode ser visto como um benefício desse processo, é a possibilidade da redução da volatilidade do ativo. Entender isso é muito simples. Para uma empresa que tem ações muito baratas, qualquer oscilação de preços pode representar um percentual grande de desvalorização.
Por exemplo, se uma empresa é negociada a R$ 0,10 e oscila negativamente apenas um único centavo em um dia, significa a perda de 10% do patrimônio do investidor alocado naquela companhia. Imagine, agora, que essa mesma oscilação ocorra em uma empresa que tem suas ações cotadas a R$ 2. Assim, essa redução corresponderia a apenas 0,5% do capital investido.
Por fim, antes de realizar a compra de qualquer ativo, é fundamental que você esteja munido de conhecimento técnico sobre o mercado em geral, bem como no que você está atuando. Além disso, vale a pena contar com a ajuda de quem é especialista no assunto.
Nesse sentido, se você quiser aprender ainda mais sobre o mercado de ações e suas particularidades, acompanhe nossos especialistas aqui na página de conteúdos. Para ter acesso a materiais, plataformas e um banco digital de qualidade revolucionária, abra a sua conta no modalmais e veja como podemos ajudá-lo na sua jornada dentro do universo dos investimentos.
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