Você sabe o que são criptomoedas? Desde 2009, esse tipo de ativo tem ganhado cada vez mais espaço nas relações econômicas, e vários indícios apontam para uma verdadeira revolução financeira por causa delas.
Novas criptomoedas surgem a todo momento, mas até pouco tempo atrás, a única forma de investir nelas era por meio de aplicações diretas. Felizmente, recentes mudanças têm transformado esse cenário.
No início de 2021, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) autorizou a negociação do primeiro ETF (Fundo de Índice) de criptomoedas do mundo. O fundo da gestora Hashdex será listado na B3 sob o ticker HASH11.
Essa novidade abre mais uma oportunidade aos investidores brasileiros. Pensando nisso, elaboramos este texto que traz importantes informações para que você possa tirar bom proveito desse novo ETF. Acompanhe!
O que é uma criptomoeda?
Antes de falarmos sobre o ETF Hashdex, é válido compreender melhor o que são as criptomoedas. Por isso, destacamos, a seguir, os principais detalhes sobre esses ativos.
Conceito
De maneira geral, a criptomoeda pode ser traduzida como uma forma de dinheiro, no entanto, que faz parte da categoria de criptoativos. Por ser uma moeda virtual e, dessa forma, não existir fisicamente, as criptomoedas são utilizadas somente para pagamentos e demais transações financeiras realizadas, exclusivamente, em ambiente virtual, em qualquer parte do mundo.
Portanto, uma das principais diferenças entre esse tipo de moeda e as fiduciárias (como o dólar, o real etc.) é que elas são totalmente digitais. Dessa forma, todas as transações que as envolvem precisam ser realizadas pela internet.
Além disso, outro ponto importante é que as principais criptomoedas não são vinculadas a um Estado. Nesse sentido, são consideradas moedas descentralizadas, o que significa que podem ser transacionadas sem intermediação de bancos, por exemplo, ou interferência de governos.
História
É bem possível que você já tenha ouvido falar da primeira criptomoeda, o Bitcoin. Ela foi criada em 2008 por Satoshi Nakamoto e entrou em circulação em 2009.
Com o sucesso de funcionamento da primeira moeda digital, outras começaram a surgir. Por exemplo, em 2011, o Namecoin e a Litecoin foram lançados com um sistema diferente do Bitcoin.
A partir de então, muitos outros desses criptoativos surgiram. Contudo, nem todos conseguiram grandes sucessos por não apresentarem a inovação técnica que os anteriores trouxeram.
Em 2014, teve início uma nova geração de criptomoedas, como o Monero, Ethereum, Nxt e Nano. Com novas tecnologias, elas trouxeram soluções para o que eram considerados problemas para algumas de suas antecessoras e ainda aprimoraram esse mercado.
Como funcionam as criptomoedas?
O maior receio de algumas pessoas em relação ao dinheiro virtual costuma ocorrer por não compreenderem como funciona o sistema de blockchain e mineração. Por isso, abordaremos brevemente essas questões, a seguir.
Blockchain
O que garante a validade e a segurança das transações realizadas por moedas virtuais é o blockchain. De maneira geral, esse é um sistema crescente de registros, os chamados blocos, que possuem informação criptografada.
Essa corrente de blocos funciona como um livro aberto e distribuído em que serão registradas as transações realizadas. Também é por meio dela que é feita a manutenção das informações trocadas.
É importante notar que o blockchain é formado por uma vastidão de computadores de alta performance ao redor do mundo, que realizam uma série de cálculos complexos para averiguar e validar as transações.
Mineração
A mineração é justamente o trabalho realizado por essa série de computadores. Espalhadas pelo globo, essas máquinas realizam inúmeros cálculos complexos no intuito de concordar sobre o estado do sistema.
Quando a transação é verificada e validada pela rede de mineradores, um código criptografado é gerado e passa a fazer parte do blockchain.
É importante compreender que não são todos os usuários de criptomoedas que fazem a mineração. Os cálculos de criptografia são muito complexos e exigem máquinas superpotentes. Por isso, quem minera é recompensado com certo valor em criptoativo.
O que é Fundo de Índice (ETF)?
Agora que você compreendeu melhor o que são criptomoedas e como elas funcionam, é necessário também saber o que é um Fundo de Índice (ETF), visto que é essa a modalidade de investimento do ativo abordado neste artigo.
Conceito
A sigla ETF significa “Exchange Traded Funds”, em tradução livre para o português, seria algo como “fundos negociados em Bolsa”. Mas o nome mais comum dado à sigla é “Fundo de Índice”.
Em resumo, trata-se de um fundo de investimento constituído por cotas que são negociadas em Bolsa, instituído sob o modelo de gestão passiva. Dessa forma, tem como objetivo replicar na carteira de investimento a rentabilidade de um determinado índice de referência.
Nesse sentido, o ETF é um fundo de investimento cujos recursos são administrados por gestores especializados, com o intuito de render de forma semelhante a um índice específico. Para isso, o ETF tem a carteira composta por ativos que também compõem a carteira teórica de seu índice de referência.
Portanto, quem adquire cotas em um Fundo de Índice passa a deter, indiretamente, os ativos que compõem tal fundo. Isso proporciona certo grau de facilidade ao investidor, que não precisaria adquirir cada um, individualmente, para obter o retorno equivalente ao de determinado índice.
É importante notar também que, visto que o ETF conta com gestão profissional, adquiri-lo pode oferecer certa tranquilidade a investidores iniciantes que, eventualmente, tenham dificuldade em analisar ativo por ativo e determinar critérios para escolha deles.
O que é o ETF Hashdex (HASH11)?
Um ETF de criptomoeda tem como objetivo espelhar um índice específico composto por esses criptoativos. O HASH11, primeiro ETF de criptoativos do mundo, é pautado, atualmente, em seis diferentes moedas.
Lançado no dia 22 de abril de 2021, esse fundo replica o índice NCI (Nasdaq Crypto Index), o índice criado por uma parceria entre a NASDAQ (segunda maior Bolsa de Valores do mundo) e a Hashdex (gestora brasileira de fundos de criptoativos).
O HASH11 replica, no mínimo, 95% da carteira teórica de criptoativos definida pelo índice NCI. Assim, a carteira desse ETF é composta atualmente por: Bitcoin, Ethereum, Chainlink, Litecoin, Stellar Lumens e Bitcoin Cash.
É importante levar em conta que outras moedas virtuais podem ser acrescentadas ao fundo no futuro. Contudo, é necessário que as candidatas sigam determinados critérios, tais como:
- preço flutuante;
- alta liquidez;
- suporte de, ao menos, dois custodiantes institucionais;
- capacidade de negociação em pelo menos três Exchanges qualificadas;
- mínimo de 0,5% de representação no mercado.
Além desses critérios, a composição do NCI é revista a cada três meses e com esse rebalanceamento, novos constituintes podem se tornar elegíveis, enquanto outros podem sair por terem perdido relevância.
Quem fará a gestão e custódia do fundo?
A gestora do HASH11 é a Hashdex. Gestora de investimento registrada na CVM, a empresa tem adesão definitiva à autorregulação da ANBIMA e garante aos seus clientes padrões de governanças e controles semelhantes às melhores gestoras do mundo.
Já a custódia das criptomoedas é feita na Coinbase, Gemini, BitGo e Fidelity — empresas americanas que são reguladas em seu próprio país, sendo nesse caso, os Estados Unidos.
Por meio desse sistema de gestão e custódia, esse ETF pautado no NCI oferece aos investidores a possibilidade de investir, de forma simplificada, em criptomoedas com a mesma segurança fornecida por grandes Exchanges.
Quais são as vantagens de investir nesse ETF?
Assim como todo ETF, o investimento no HASH11 fornece mais facilidade aos investidores do que investir diretamente em cada uma das moedas digitais que compõem o fundo.
Como mencionado, além do fato de estar sob a gestão de um profissional, o ETF proporciona a quem adquirir suas cotas certa tranquilidade de que os seus investimentos seguirão o índice de referência, que no caso do HASH11 é o NCI.
Outro ponto importante a destacar é a simplicidade que o ETF apresenta em relação a investimentos diretos em criptomoedas. As cotas de um ETF, inclusive as do HASH11, são adquiridas diretamente por negociação em Bolsa de Valores, sem ter que abrir uma carteira digital em uma Exchange.
Com relação à tributação, também existem vantagens. Isso porque declarar criptomoedas é sempre um assunto bastante complexo, mas quando as suas cotas estão presentes em um fundo de índice, a tributação será de 15% de IR sobre o ganho de capital para alienação de cotas no mercado secundário.
Além desses pontos, investir em um fundo de criptomoedas permite exposição ao desempenho de moedas virtuais. Nesse sentido, as perspectivas de crescimento dos criptoativos nos próximos anos atingem também o ETF.
Apenas a título de exemplo, recentemente, a Tesla realizou a compra de 1,5 bilhão de dólares em Bitcoin, o que também traria reflexos ao HASH11.
Quais devem ser os cuidados ao investir no HASH11?
Um ponto importante para ficar atento é que, embora o ETF replique um índice, isso não significa, necessariamente, uma estabilidade na rentabilidade. No caso de um ETF de criptomoedas, como é o caso do HASH11, vale lembrar que esses criptoativos apresentam alta volatilidade. O ideal é pensar no ativo como alocação de longo prazo.
Como investir no HASH11?
Para investir em um ETF é necessário abrir uma conta em uma corretora ou banco de investimentos de confiança. Feito isso, basta fazer uma transferência, para essa conta, com a quantia determinada que você pretende investir. Essa transferência pode ser feita via TED, DOC e também Pix.
Uma vez conectado à plataforma da instituição, procure pela opção de home broker — pois é por meio dela que as operações de compra e venda de ativos negociados em Bolsa de Valores serão realizadas.
Procure pelo ETF em que deseja investir, no caso, o HASH11. Indique a quantidade e o valor pelo qual pretende comprar e confirme com a sua assinatura digital.
Investir no Fundo de Índice Hashdex (HASH11) pode ser uma excelente opção para diversificar a sua carteira de investimentos e, ao mesmo tempo, uma oportunidade para investir em novas e revolucionárias tecnologias.
No entanto, como ressaltamos ao longo deste artigo, é importante atentar-se a alguns detalhes, especialmente no que diz respeito às características do ativo, aos seus objetivos e, principalmente, perfil de investidor!