Você já ouviu falar do Bitcoin? Em 2009, essa criptomoeda foi lançada e, a partir de então, cresce cada vez mais, sendo uma proposta de real revolução dentro do mundo financeiro.
Até pouco tempo atrás, só era possível investir em Bitcoin aplicando diretamente nesse criptoativo. Mas recentemente uma grande mudança aconteceu nesse cenário.
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) autorizou a negociação de um ETF (Fundo de Índice) de Bitcoin. Criado pela QR Asset Manegement, este será o primeiro ETF atrelado exclusivamente a Bitcoin da América Latina, com o ticker QBTC11.
Com essa novidade, uma grande oportunidade surge para os investidores brasileiros. Por isso, preparamos este artigo onde abordaremos as principais informações que você precisa saber para aproveitar a oportunidade. Acompanhe!
O que é Bitcoin?
Antes de mais nada, vale a pena compreender um pouco melhor o que é o Bitcoin e porque ele tem chamado cada vez mais a atenção de investidores e do mercado global.
Conceito
O Bitcoin é uma criptomoeda. Conhecida também como moeda virtual, ou moeda digital, esse ativo pode ser traduzido como uma forma de dinheiro, no entanto, que faz parte da categoria de criptoativos.
Por ser uma moeda virtual e, dessa forma, não existir fisicamente, os Bitcoins são utilizadas somente para pagamentos e demais transações financeiras realizadas, exclusivamente, em ambiente virtual, em qualquer parte do mundo.
Além disso, por não ser vinculado a nenhum Estado, é considerado uma moeda descentralizada. Ainda que existam certos receios com essa nova maneira de realizar transações financeiras (seja por meio de investimento, compra ou venda), a sua importância tem crescido cada vez mais.
História
A moeda foi criada em 2008 por Satoshi Nakamoto. Registrada com o domínio bitcoin.org, ela entrou em circulação em 2009. Inicialmente, não teve tanto protagonismo no mercado regular, mas isso não demorou para mudar.
Durante o ano de 2013, os preços do Bitcoin subiram significativamente, abrindo a US$ 13 no começo do ano e fechando em US$ 779 em janeiro do ano seguinte.
Atualmente, as perspectivas de crescimento da moeda são bastante promissoras. Em 2020, empresas como a MicroStrategy e a Square, Inc. anunciaram investimentos milionários em Bitcoin.
Já no início de 2021, a Tesla anunciou a compra de 1,5 bilhão de dólares nessa moeda digital, fazendo com que o preço do ativo disparasse.
Essas são algumas das amostras de como esse criptoativo tem crescido e ganhando um espaço significativo no mercado global. Embora a própria descentralização tenha seus riscos, tudo indica que o Bitcoin veio para ficar e revolucionar o mundo das finanças.
Dessa forma, cada operação realizada precisa ser averiguada e validada por uma série de potentes máquinas espalhadas pelo mundo. Aprovado, um código complexo é gerado, se tornando parte da cadeia de dados.
O que é Fundo de Índice (ETF)?
Agora que você já sabe o que é Bitcoin e como essa moeda tem transformado o mercado, é necessário compreender o que é um Fundo de Índice (ETF).
ETF é a sigla em inglês para Exchange Traded Funds. Em tradução livre para o português, seria algo como “fundos negociados em Bolsa”.
Esses fundos são constituídos com o objetivo de replicar na carteira de investimento a rentabilidade de um determinado índice de referência, chamado de índice subjacente.
Em outras palavras, é um fundo de investimentos em que os recursos serão alocados por um gestor especialista com o intuito de render de acordo com um índice específico.
Dessa forma, quem adquire cotas em um ETF passa a deter indiretamente os ativos componentes do índice, sem necessariamente precisar operar individualmente cada uma deles.
O que é o ETF de Bitcoin?
O ETF de Bitcoin é um Fundo de Índice em que a referência será a própria moeda virtual. Isso significa que os administradores do fundo terão a responsabilidade pela negociação e segurança das transações.
Tendo esse objetivo, o QBTC11 foi criado pela QR Asset Manegement, sendo o primeiro da América Latina a ter como índice o Bitcoin. Dos países que compõem o G20, apenas outros três têm ETFs pautados na criptomoeda. O Canadá tem os outros três.
Desde que a negociação desse ativo na B3 foi autorizada, diversos analistas e investidores têm debatido a respeito dos efeitos que esse fundo causará no mercado. Não é possível afirmar exatamente quais serão eles, mas é fato que ele terá grande influência nas negociações e operações realizadas na Bolsa de Valores brasileira.
A captação da oferta primária do ativo está estimada em cerca de R$ 500 milhões. Por conta do modelo específico de negociação, inicialmente, apenas investidores qualificados poderão negociar o QBTC11.
De acordo com Fernando Carvalho, presidente da QR Capital, o lançamento do fundo é um grande avanço, fornecendo maior segurança para os investidores que desejam incluir o Bitcoin em seus portfólios de investimento.
Os agentes financeiros que coordenaram o fundo ainda estão sendo escolhidos. As perspectivas apontam que o ETF esteja disponível para negociação até o fim do primeiro semestre de 2021.
Como funcionará o QBTC11?
Como apontado, o ETF da QR tem o objetivo de replicar um índice que seja baseado no desempenho do Bitcoin. Ou seja, as alocações de capital realizadas pelo fundo tenderão a espelhar o preço médio da criptomoeda.
Esse preço médio será pautado nas principais corretoras que regulam a criptomoeda no mundo. O fornecedor do índice, que também é utilizado pelos contratos futuros de Bitcoin da Bolsa de Mercadorias de Chicago (Chicago Mercantile Exchange – CME), é, portanto, a CF Benchmarks.
De acordo com o presidente da QR, ainda não estão estabelecidos os valores referentes às taxas do ETF brasileiro. No Canadá, o ETF de Bitcoin tem os seus custos e demais taxas estimadas em 1%.
O que esperar do QBTC11?
Existem inúmeras perspectivas sobre o impacto do QBTC11 no mercado financeiro brasileiro, e é bastante provável que o ativo tenha um papel importante no portfólio dos investidores.
Ainda de acordo com Fernando de Carvalho, o ativo vai atuar como um duplo hedge, por ser negociado em dólar no mercado mundial e, também, ser uma commodity digital. Para completar, Carvalho ainda reforça o fato de que o QBTC11 terá o preço pouco correlacionado com outras classes de ativos.
Um ponto importante a levar em conta é que o QBTC11 coloca o Brasil no centro dessa grande transformação na regulação financeira mundial. Afinal, a utilização de moedas virtuais é uma tendência cada vez maior, e ter parte nos passos pioneiros dessa realidade pode trazer grandes vantagens no futuro.
Como investir no ETF de Bitcoin da América Latina?
Para investir em um ETF é necessário abrir uma conta em uma corretora ou banco de investimento de confiança. Para isso, bastar inserir os seus dados e seguir o passo a passo indicado no aplicativo. Posteriormente, você poderá transferir o recurso que pretende investir via TED, DOC e também Pix.
A partir da plataforma de investimento, você deve escolher a opção de home broker, tendo acesso às opções disponibilizadas. Procure pelo ETF em que deseja investir — no caso, o QBTC11.
Indique por qual valor pretende realizar a compra, insira a sua assinatura digital e confirme. É importante lembrar que, inicialmente, esse ETF de Bitcoin está disponível apenas para investidores qualificados – aqueles que possuem, no mínimo, R$ 1 milhão em investimentos ou seguem os outros critérios indicados pela Instrução CVM 554, para tal qualificação.
Quais as vantagens e desvantagens de investir no ETF QBTC11?
Embora seja um fato que investir no ETF de Bitcoin é uma ótima oportunidade para quem busca um ativo que esteja sob a gestão de um profissional e, ainda, tenha exposição na principal criptomoeda da atualidade, é válido conhecer as vantagens e desvantagens desse tipo de investimento antes de realizá-lo.
Vantagens
Assim como todo ETF, o investimento no QBTC11 proporciona maior praticidade para o investidor, pois, já que o fundo conta com uma gestão profissional, não é necessário ficar realocando recursos, comprando e vendendo os ativos que compõem a carteira do fundo.
Além dessa vantagem que diz respeito a ETFs em geral, investir em um Fundo de Índice de Bitcoin significa contar com as vantagens da própria moeda digital. Nesse sentido, as perspectivas de crescimento desse criptoativo atingem também o ETF: quanto maior for a valorização do Bitcoin, maior tende a ser a rentabilidade do QBTC11.
Desvantagens
As principais desvantagens do ativo também dizem respeito a características dos próprios ETFs, como o fato de ele não oferecer isenção de Imposto de Renda para a venda de cotas abaixo de R$ 20 mil, o que acontece, por exemplo, com as ações.
Além disso, ao comprar um ETF o investidor não tem controle sobre a compra e a venda dos ativos que compõem a carteira do fundo, o que pode ser considerado desvantajoso para quem prefere ter controle total sobre a gestão de sua carteira.
Investir no Fundo de Índice de Bitcoin (QBTC11) pode ser uma excelente opção para quem busca diversificar sua carteira de investimentos com um ativo que tem exposição na principal criptomoeda da atualidade.
No entanto, como você pôde notar ao longo deste artigo, existem certos detalhes importantes que precisam ser levados em consideração na hora de realizar operações com esse tipo de ativo. Portanto, estude o investimento e considere seu perfil de investidor!