ETF, exchange-traded fund ou, ainda, fundo de índice, é um grupo de ações de empresas montado de acordo com algum índice, como o Ibovespa, por exemplo.
Bastante comum em outros países, os ETFs estão se popularizando cada vez mais no Brasil, especialmente pelo atual cenário econômico, com a Selic em 4,5% – o que faz dos produtos de renda fixa opções ainda menos rentáveis do que o normal.
Se você já tem investimentos em CDB, Tesouro Direto ou outros produtos de renda fixa, como LCI e LCA, e quer diversificar os investimentos migrando parte do capital para a renda variável, os ETFs podem ser uma boa opção.
Para saber mais sobre o que é um fundo de índice, continue lendo.
Boa leitura!
O que são fundos ETFs, fundos de índice ou exchange-traded fund (ETF)?
ETF é um fundo composto por cotas que replicam o comportamento das ações pertencentes a um índice, rentabilizando conforme a sua variação.
ETF, sigla para exchange-traded fund (fundos de índice), é um grupo formado por ações de empresas que compõem um índice.
Por exemplo: temos o índice Ibovespa, que é uma lista das empresas mais negociadas na Bolsa de Valores do Brasil, a B3 – antiga Bovespa, daí o nome. O número de empresas pode variar, mas esse índice é uma espécie de trend de ações, ou seja, tendências.
Assim como o Spotify oferece os trends das músicas de cada estilo, ou o Google nos mostra quais os assuntos trends (mais pesquisados) do momento, o índice apresenta as trends ações de acordo com diferentes critérios, como:
- As mais negociadas;
- As de maior liquidez;
- As com maior potencial de valorização;
- As mais negociadas no exterior;
- As de maior distribuição de dividendos;
- Entre outras.
O Ibovespa é o principal índice de ações da Bolsa de valores, mas existem outros índices, montados a partir de outras classificações, como vimos acima.
Dessa forma, existem atualmente, 16 ETF’s disponíveis para negociação na B3, cada um com base na variação de algum índice.
Como funcionam as ETFs?
Apesar do nome complicado, um exchange-traded fund é, na verdade, bastante simples, e vamos seguir a linha de metáfora utilizada por ela no vídeo para explicar melhor:
Digamos que você decida almoçar fora. Você pode escolher entre um buffet a kg ou um rodízio de pizza. No buffet a kg, você vai escolher, dentre várias opções, aquilo que você deseja comer.
Esse é o modelo de compra e venda de ações individuais na Bolsa: você acessa o home broker de sua corretora, avalia uma imensa lista de oportunidades, analisa os números e decide comprar ações de uma, duas ou quantas empresas desejar.
Já no rodízio de pizza, você tem todos os sabores à vontade e não precisa ficar escolhendo (mas a gente sempre escolhe de tudo um pouco, né?)
O rodízio de pizza (ou de massa, ou de carnes) é um ETF: você não escolhe uma ou outra ação específica, mas sim pega um pouco de tudo, conforme o índice escolhido para seguir.
Se pizzas tradicionais italianas estão na moda, você come todas que são mais vendidas ou requisitadas no momento. Nesse caso, a cada pizza italiana é uma ação e você é o fundo.
Deu pra entender? Esperamos que sim! Mas, se ainda ficou alguma dúvida, ela vai ser esclarecida agora quando falarmos sobre as principais diferenças entre um ETF, um fundo qualquer e as ações individuais.
Descubra as diferenças entre ETFs, fundos e ações
ETF é um fundo de índice, negociado na Bolsa de Valores como se fossem ações. O fundo é formado por ações de empresas que fazem parte de um índice, de acordo com diferentes critérios.
Mas o ETF não é nem um fundo, nem uma ação: é um fundo negociado como ação. Ou seja, mistura um pouco de cada ideia.
Como fundo, o investidor compra cotas (cada fundo tem um mínimo de cotas exigido) de um pool de diversas ações, replicando o índice escolhido, muito parecido com o conceito dos FIIs, os Fundos de Investimentos Imobiliários. Como ação, o investidor pode comprar e vender um ETF a qualquer momento do dia, por meio de um home broker.
É possível, inclusive, fazer operações day trade com um ETF.
Assim como os fundos, os ETFs também são administrados por um gestor, que toma as decisões pertinentes para aumentar a rentabilidade do fundo.
Por exemplo: alguns ETFs são compostos por empresas que pagam dividendos, mas o ETF não transfere esses dividendos aos cotistas. O que o gestor pode fazer, na verdade, é usar o valor recebido para comprar novas cotas, aumentando os rendimentos.
Diferença entre fundo de índices, ETFs e ETFs iShares
Não existe diferença entre fundo de índice e ETF. Como vimos, o primeiro termo é uma tradução livre da sigla ETF, que vem de exchange-traded fund, termo utilizado no exterior para o mesmo tipo de produto.
Já os ETFs iShares funcionam da mesma forma, mas são administrados pela BlackRock, a maior gestora mundial de ETFs.
Vantagens de investir nos fundos ETFs
Os ETFs são uma oportunidade de começar a diversificar seu portfólio de investimentos, abrindo caminhos na renda variável com menor risco.
Não significa, claro, que sejam investimentos sem risco. Assim como qualquer renda variável, os ETFs também são imprevisíveis. Não é porque as empresas são as mais negociadas que elas darão, necessariamente, resultados positivos.
Ainda assim, a chance de ter um ETF fechando negativo é menor do que se você tentar comprar ações individualmente, especialmente se você não tiver conhecimento suficiente para fazer uma análise adequada do cenário.
Outra vantagem são os custos de administração, corretagem e emolumentos. Enquanto os fundos tradicionais cobram taxas administrativas de 2% a 3%, os ETFs possuem um custo bem inferior, que vão de 0,2% a 0,6%.
Já a taxa de corretagem e a de emolumentos, cobradas, respectivamente, pela corretora de investimentos e pela B3, são cobradas uma única vez (e não ação por ação, como seria no caso de compra individual).
Tipos de ETFs
Visa investir o patrimônio dos cotistas e do fundo usando como base um índice de referência pertencente a uma carteira teórica.
Apesar de possuírem ativos de renda fixa, são ETFs negociados na renda variável por meio do home broker
Os ETFs de índice são os mais comuns de serem encontrados no mercado. Esse tipo de ETF replica o patrimônio do fundo e dos cotistas de acordo com uma carteira teórica de um índice referência.
Investimento em ativos considerados indiferentes entre si, matéria-prima, num geral. A exemplo, têm-se ouro e outros metais que são valiosos, além de combustíveis fósseis.
Como funciona a gestão dos ETFs?
O ETF tem gestão passiva, sendo menos complexa do que a ativa e, portanto, mais barata.
Os ETFs, assim como outros fundos, são administrados por gestores experientes, como é o caso da BlackRock, a maior gestora de ETFs do mundo.
No entanto, o modelo de gestão se difere: enquanto os fundos têm uma gestão ativa, onde o gestor tenta ultrapassar os resultados do mercado (o que aumenta taxas e impostos), o ETF tem uma gestão passiva – e, por isso, sua taxa administrativa é significativamente mais barata.
A gestão passiva, ao invés de tentar superar um índice, busca replicar o desempenho do índice, e é exatamente disso que se trata um ETF.
Uma forma do gestor aumentar o rendimento, nesse caso, é reinvestindo alguns ganhos, como os dividendos recebidos pelas empresas. Por isso, fique de olho a esses detalhes e saiba que você poderá não receber os dividendos distribuídos.
Como investir em ETFs?
Você pode comprar ou vender ETFs através do home broker da sua corretora.
Como você viu, as ETFs são uma oportunidade de você investir na Bolsa de valores com um risco mais controlado, já que o conjunto de ações permite que você compense a possível queda de uma, ou mais empresas.
Assim, vamos entender como você pode começar a investir nesse tipo de produto e como escolher o ETF ideal. Confira:
Qual a melhor forma de usar os fundos de índice na sua carteira?
Os fundos de índice é uma alternativa para diversificar sua carteira de investimentos na renda variável.
É um produto que é uma boa porta de entrada para a renda variável por ser um fundo com ações que utiliza um índice como referência.
Com os ETFs você pode se familiarizar com o home broker, entender como comprar ou vender ações, aprender a interpretar os códigos e a analisar as possibilidades. Então, caberá a você decidir comprar cotas de alguns ETFs ou passar a negociar ações de forma individual.
Tudo vai depender da sua estratégia e seus objetivos.
Quando investir em fundos ETFs?
O ETF é um bom produto para quem não tem domínio completo de um home broker, não sabe ou não quer analisar e investir em ações individualmente, mas deseja aumentar seu rendimento com esse mercado.
Por ser um fundo, é o gestor quem administra e toma as decisões cabíveis para aumentar a rentabilidade. Por esse motivo, pode ser bastante prático e simples.
No entanto, vale lembrar que o ETF é um produto de renda variável e, por isso, passível de oscilações e volatilidade. Dessa forma, é um investimento de risco.
O investidor só deve considerar produtos de renda variável depois que já tiver um bom valor de investimento em renda fixa, garantindo uma reserva de emergência e mantendo a maior parte do seu capital em investimentos seguros.
Rentabilidade das ETFs no Brasil (2022)
Ao acessar o home broker da sua corretora, você irá se deparar com diversas opções de ETFs, cada um baseado em um índice diferente.
Para escolher o produto ideal para você, vamos trazer, abaixo, a rentabilidade das ETFs no Brasil no ano de 2021 (até janeiro de 2022, conforme divulgação).
Lembre-se, porém, que ganhos passados não garantem ganhos futuros!
Fonte: B3
Perspectivas para as ETFs em 2022
Com a Selic a 13,25%, a renda fixa está atrativa para os investidores. Mas, quem busca melhorar seus rendimentos precisará sair da zona de conforto e se abrir para opções de maior risco.
Nesse contexto, as ETFs podem ser uma excelente alternativa, porque, além de diversificar o investimento com um fundo de várias ações, é possível minimizar os riscos, sendo adequado para perfis de investidores menos arrojados.
Portanto, para 2022, a tendência é que esse modelo de investimento, bastante comum no exterior e ainda com pouca representatividade no Brasil, ganhe espaço entre investidores de todos os tipos.
Os melhores ETFs para investir
Se você deseja arriscar um pouco na renda variável, melhorando seus rendimentos neste cenário com Selic em baixa, estude as opções que recomendamos e avalie o melhor produto para você:
- BOVA11: esse ETF é composto pelas ações das empresas que fazem parte do índice Ibovespa, o principal índice de ações brasileiro. A quantidade mínima de cotas para compra é de 10 unidades, e a taxa de administração é de 0,54% ao ano;
- BRAX11: representa as 100 ações de maior liquidez. Gerido, como os demais ETFs, pela BlackRock Brasil (a maior gestora de ativos do mundo), tem taxa administrativa de 0,20% ao ano;
- SMAL11: esse ETF reflete o índice das small caps, empresas de menor capitalização mas com grande potencial de crescimento e valorização. Em 2018, obteve a maior rentabilidade entre todos os ETFs negociados no País, com 32,8%;
- IVVB11: acompanhando o S&P500, índice da Bolsa americana, esse ETF é uma oportunidade para quem deseja investir nas maiores empresas negociadas pela Bolsa de valores dos Estados Unidos.
Quais os riscos envolvidos em investir em ETFs?
ETFs são produtos de renda variável e, portanto, não possuem rentabilidade garantida.
Ainda que as ETFs sejam uma forma de minimizar os riscos de se operar na Bolsa de valores, não podemos ignorar o fato de que ainda são produtos de renda variável.
O controle do risco se dá, simples e unicamente, pela maior possibilidade de equilíbrio na rentabilidade, já que as ETFs são formadas por um número grande de empresas. Assim, se uma delas vai mal, ainda existem muitas outras para tentar uma compensação.
Porém, investimentos de renda variável são imprevisíveis. Com alta volatilidade, estão totalmente vulneráveis ao cenário econômico, não somente no Brasil, mas em todo o mundo.
Importante, também, reforçar que ganhos passados não refletem ganhos futuros. Ou seja: mesmo que um ETF tenha obtido um excelente rendimento no período anterior, não é certo que você vá obter o mesmo rendimento.
Dessa forma, lembre-se: vale, sim, diversificar os seus investimentos e apostar em novos produtos com maior potencial de rentabilidade, desde que:
- O seu perfil de investidor esteja adequado a esses produtos de risco;
- Você já tenha concluído sua reserva de emergência e já esteja com investimentos assegurados na renda fixa.
Taxas e impostos envolvidos no investimento de ETFs
Assim como outros produtos financeiros, os ETFs têm taxas e impostos aplicados sobre a operação. São:
- Taxa de administração: o valor a ser pago pela administração do ETF é variável de acordo com o gestor do fundo, mas tende a ser mais barato do que outros produtos que possuem essa taxa;
- Taxa de liquidação e emolumentos: a B3 cobra uma taxa para liquidaço dos títulos, que gira em torno dos 0,031160% do total da operação;
- Taxa de corretagem: a compra e venda de ETF’s acontece na Bolsa de valores, através do home broker da sua corretora. Assim, você pode pagar uma taxa de corretagem, que varia de acordo com a corretora;
- Imposto de renda: assim como outros produtos, você também deve pagar uma taxa de imposto de renda sobre o lucro obtido com a operação. A alíquota é de 20% para operação day trade, e 15% para operações que duram mais do que 1 dia.
Conclusão
O ETF pode ser uma porta de entrada no mercado de renda variável.
Os ETFs, ou fundos de índice, são conjuntos de ações montados com base em algum índice. Pela facilidade de ter um portfólio de ações diverso, não é preciso analisar cada ação individualmente, sendo um bom começo para quem deseja aprender mais sobre a Bolsa de Valores.
Assim, se você já tem uma reserva de emergência e investimentos em renda fixa e deseja entrar no mundo das ações, os ETFs são uma excelente oportunidade.
Obrigado por ler até aqui!
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