Você sabe o que é o DXY? No mercado financeiro existem os ativos que são individuais, representando o valor de determinada empresa, commodities ou moeda. Mas, ainda existem aqueles que representam cesta de ativos.
Um exemplo disso é o próprio Ibovespa, um dos principais indicadores da Bolsa de Valores brasileira que representa várias ações empresas. Nessa esteira, temos o DXY. Trata-se de um índice que mostra a relação do dólar contra uma cesta de moedas de outros países.
Neste artigo, mostraremos a definição do DXY, sua importância para as operações executadas em nosso país e como você deve analisá-lo em seus investimentos. Continue lendo!
O que é o DXY?
O Dólar Americano é a moeda mais utilizada no mundo em transações internacionais. Sua importância para a economia mundial está atrelada ao fato dos Estados Unidos ser a maior potência mundial e a referência em termos de segurança jurídica e liberdade econômica.
Em outras palavras, a moeda norte-americana proporciona segurança para as transações executadas entre investidores e outros países. Sendo o Dólar Americano uma referência financeira global foi necessário criar um indicador que facilita a análise de diversos ativos ao redor do mundo.
Nesse cenário, temos o Dollar Index ou, simplesmente, DXY. Ele é um indicador que serve para interpretar determinado mercado em relação ao Dólar Americano. Seu objetivo é avaliar essa moeda em comparação com outras que, em geral, são de países parceiros comerciais dos Estados Unidos.
Dessa forma, quando a moeda norte-americana está mais forte em relação às outras o DXY sobe. Caso contrário, ele pode ter uma queda. Como o Dólar é a moeda mais utilizada em transações internacionais é natural que suas oscilações influenciem outros mercados.
Assim, entender como o DXY funciona pode ser muito útil na análise de ativos, fornecendo informações importantíssimas antes de entrar ou sair de uma operação no mercado de renda variável.
O DXY não é um indicador novo. Já está no mercado desde o ano de 1973. Até hoje, apenas uma alteração foi realizada em sua composição, incluindo o Euro no ano de 1999, trazendo ajustes em sua cesta de moedas.
Quais são as moedas que compõem o ativo?
Apesar de o Dólar Americano ser utilizado em larga escala nas transações internacionais existem outras moedas que também têm muita força e confiabilidade perante o mercado global.
Mesmo em momentos extremamente positivos na economia americana, ainda existem países que têm suas moedas escolhidas em determinados tipos de transação. Principalmente, entre investidores que desejam fazer negócios nas Bolsas de Valores desses países.
A Libra Esterlina utilizada nos países do Reino Unido, o Iene do Japão e o próprio Euro são alguns exemplos de moedas de peso e que estão na composição do DXY. Para que uma moeda seja considerada forte ela precisa ter alguns fatores.
Primeiro, precisa estar em grande circulação entre países desenvolvidos. Além disso, o país que controla a moeda precisa ter uma economia livre e dispor de altos níveis de segurança jurídica.
Nesse caso, é feita uma ponderação do preço dessas moedas com o objetivo de comparar a cesta que mais se aproxima do dólar. Assim, temos a composição do DXY distribuído da seguinte forma:
- Euro: 57,6%;
- Iene: 13,6%;
- Libra Esterlina: 11,9%;
- Dólar Canadense: 9,1%;
- Coroa Sueca: 4,2%;
- Franco Suíço: 3,6%.
Qual a relação da cotação do Dólar Americano com o DXY?
Conhecer o DXY e a sua composição nos leva a fazer uma única e mais importante pergunta: qual a influencia que ele gera no preço do Dólar Americano no mercado brasileiro? Para entender essa relação é importante que você tenha em mente que cada moeda “doa” um percentual do seu peso à moeda norte-americana, da forma que mostramos anteriormente.
Dessa forma, é criada uma média geométrica ponderada que força o preço do Dólar Americano para determinada direção, indicando a compra ou a venda. O DXY tem um peso considerado direcional em relação à cotação das moedas ao redor do globo, principalmente, no real.
Dessa forma, se ele apresenta uma alta temos uma sinalização de possível valorização do Dólar Americano frente ao real. Assim, quem opera no mercado tende a escolher seus ativos de acordo com a possível valorização da moeda e do próprio indicador.
Por exemplo, vendendo suas ações e comprando ativos atrelados ao Dólar Americano, como ETFs de empresas desse país ou, até mesmo, contratos futuros da moeda. Mas, é importante ter atenção a um detalhe.
O DXY é somente mais um indicador que pode ser adicionado na sua análise. Existem outros índices, fatores econômicos e de mercado que impactam nos preços dos ativos e que você sempre deve levar em consideração antes de tomar uma decisão de compra ou venda.
Como pode ser utilizado nas estratégias de investimento em renda variável?
As variações do DXY geram uma interferência em cascata nos ativos da Bolsa de Valores. Isso porque, quando ele está em alta, é natural que os investidores busquem ativos atrelados ao dólar. Como consequência, muitos desfazem posições consolidadas no mercado brasileiro.
Para montar uma posição em Dólar Americano um investidor precisa comprar a moeda. Como consequência, é natural que o Real se desvalorize frente a ela. Outro impacto importante a ser observado é nos preços das ações, bem como na cotação do Ibovespa.
Com o número de investidores desfazendo dessas operações é natural que os preços comecem a cair. Assim, ligando um sinal de alerta na mente do investidor que deve decidir se é o momento ideal para desfazer sua posição, ou ainda, aumentá-la para reduzir o seu preço médio.
Quem atua com Day Trade — que são operações rápidas que são abertas e finalizadas no mesmo dia — também pode ser beneficiado com a análise desse indicador. Oscilações bruscas no DXY podem gerar oportunidades interessantes para lucrar com o próprio Dólar Futuro, Índice e algumas ações.
Qual a importância para o mercado?
Ao analisar o DXY o investidor pode acompanhar o valor do dólar perante outras moedas que também são muito fortes. Assim, a função principal é medir a sua valorização ou desvalorização frente ao mercado mundial.
Outra importância que esse indicador traz para o investidor é a possibilidade de utilizá-lo para medir a pontuação histórica do Dólar Americano. Entendendo o seu comportamento ao longo dos anos. Principalmente, em períodos de crise.
Assim, é possível verificar como a moeda se comportou ao longo dos desarranjos econômicos que aconteceram ao longo dos anos na economia americana, bem como no resto do mundo. Isso faz com que o DXY se torne muito útil para os que desejam investir em ativos internacionais.
Afinal, é possível avaliar a força do dólar para tomar uma decisão mais assertiva. Ele se tornou ainda mais importante com o surgimento das ETFs, que facilitaram o investimento em ativos estrangeiros sem ter que enviar dinheiro para fora do país.
Quem trabalha com importações e exportações também utiliza muito esse indicador. Afinal, com ele é possível acompanhar a força do dólar para escolher os melhores momentos para comprar ou vender mercadorias no exterior.
Finalmente, muitas pessoas utilizam o DXY para trabalhar com especulação por meio de fundos mútuos, bem como para trabalhar com o mercado futuro. Inclusive, muitas pessoas que trabalham com Day Trade e Swing Trade utilizam esse indicador para a sua tomada de decisões.
Como investir?
As negociações com o DXY ocorrem durante 21 horas do dia. O seu cálculo e preço são fornecidos pela Intercontinental Exchange Inc (ICE) que promove a atualização dos valores do indicador sempre que as negociações do Dólar Americano estão em aberto.
Dessa forma, as pessoas podem negociar esse indicador em Bolsas de Valores a partir das 21 horas do domingo, parando às segundas-feiras às 18 horas. Esse ciclo de negociações se repete até a sexta, quando encerra o pregão até as 21 horas do próximo domingo.
Como o DXY é considerado um índice futuro de dólar, ele tem o seu vencimento trimestral, acontecendo nos meses de março, junho, setembro e dezembro. Para negociar o DXY você pode utilizar os ETFs.
Ou seja, não é preciso tirar dinheiro do país para aplicar nesse índice futuro americano. Esses ETFs buscam extrair um retorno positivo em caso de valorização do Dólar Americano frente às moedas dos países mais desenvolvidos.
Além disso, também existem negociações do DXY em contratos de opção, por diferença de alguns fundos de investimentos. Esses últimos, mais comuns de serem encontrados em mercados estrangeiros.
Também é importante destacar que para investir em DXY é fundamental analisar outros fatores relacionados a qualquer tipo de investimento. Por exemplo, analisar outros índices e informações de mercado, gestão de risco entre outros aspectos.
Assim como todo investimento em renda variável adquirir ETFs atrelados ao DXY é um investimento de risco. Portanto, todos os detalhes devem ser considerados antes de tomar a decisão de compra ou venda.
Por fim, podemos concluir que o DXY é um indicador importantíssimo para o investidor que está na Bolsa de Valores. Suas oscilações podem afetar diretamente a cotação dos nossos ativos. A partir de agora, mantenha esse indicador na sua tela e passe a considerá-lo em todas as suas operações.
Se você gostou deste artigo e quer continuar recebendo dicas sobre investimentos, assine a nossa newsletter. Dessa forma, você será informado sempre que publicarmos um novo conteúdo.
Ainda não é Cliente? Abra a sua conta
Siga o Blog modalmais no Telegram.