Em função do grande número de excelentes possibilidades e até mesmo como forma de proteger seu capital da inflação, que andou se elevando mundialmente, muitas pessoas estão começando a diversificar seus produtos no mercado financeiro. Por isso, aprender o que são contratos futuros de DI pode ser muito interessante.
Trata-se de uma opção um pouco menos conhecida do que os ativos tradicionais, mas que pode ser extremamente benéfica quando o investidor sabe aproveitar seus benefícios, conhece seus tipos, domina os custos de negociação e, com isso, escolhe com inteligência. Continue sua leitura e descubra como fazer isso.
Qual o conceito de contratos futuros?
Antes de falarmos especificamente sobre os contratos futuros de DI, vamos explicar melhor o conceito geral de contratos futuros. Eles fazem parte da categoria de derivativos, ou seja, são produtos financeiros dos quais os preços dependem e derivam de um ou mais ativos, que podem ser índices, ações, taxas e assim por diante.
Naturalmente, quando um contrato futuro é negociado, é preciso determinar um preço e uma data de vencimento, pois fazem parte de uma atividade de compra e venda padronizada dentro do setor, sobretudo no que se refere às características e peculiaridades do produto transacionado, conforme a regulamentação da Bolsa de Valores.
Nesse contexto, eles são amplamente utilizados para especulação ou para o chamado hedge, que visa proteger operações financeiras contra grandes oscilações, como no caso de dívidas, taxa de câmbio ou commodities. Com isso, os compradores têm a obrigação de comprar em uma data futura pré-estabelecida, enquanto os vendedores têm obrigação de vender.
O que são os contratos futuros de DI?
Agora que você já conhece melhor o conceito de contratos futuros, podemos falar mais especificamente sobre o DI. Trata-se de um contrato de juros futuros, firmado com a perspectiva das taxas de juros vigentes no período do começo da negociação até uma data posterior, baseado em uma data de vencimento estipulada no acordo.
Via de regra, a DI fica próxima da taxa Selic, embora sua geração se dê por meio do CDI (Certificado de Depósito Interbancário), correspondendo aos juros médios usados para os empréstimos nas instituições financeiras. O DI futuro, portanto, demonstra possibilidades do mercado, tomando como base as taxas de juros nos meses ou até mesmo nos anos seguintes.
Para que serve o DI futuro?
Muitas pessoas estão em busca de novos produtos e ativos para a composição da sua carteira. Afinal, conforme o conhecimento sobre o mercado financeiro vai aumentando e as possibilidades de boas rentabilidades se tornam mais palpáveis, é possível (e até mesmo recomendável) começar a variar e adotar estratégias diferentes.
Em resumo, quando apostamos em um contrato futuro, apenas estamos comprando o direito sobre as oscilações do valor sobre ele, nos protegendo contra grandes oscilações nas taxas de juros. Como ocorre com qualquer aplicação, a oferta e procura faz o ativo oscilar: quem compra na baixa e vende na alta ganha, enquanto quem faz o oposto perde.
Um exemplo muito comum é quando um investidor tem uma dívida com juros pós-fixados e o cenário econômico indica uma alta nas taxas. Com isso, ele pode vender um contrato futuro alterando a data para prefixada. Também é possível fazer o oposto, quando se acredita em uma baixa na taxa de juros, comprando um contrato futuro para se proteger.
No entanto, é sempre muito importante ressaltar que, mesmo quando aprendemos bastante sobre o mercado financeiro e aumentamos nossos conhecimentos sobre a Bolsa de Valores, fazer previsões não é propriamente simples e existe uma infinidade de variáveis que podem impactar os indicadores, bem como os contratos futuros.
Como funcionam os contratos?
Como dissemos, os contratos futuros de DI constatam as possibilidades de mercado para taxas de juros, considerando o começo e o final do contrato. Por aqui, as negociações de futuros de DI são feitas na nossa Bolsa de Valores (B3), com um lote padrão de cinco contratos e por meio de um código específico, o DI1, acrescido da letra do mês de vencimento e dois números relacionados ao ano.
Na prática, os investidores que desejarem aplicar com base na taxa de juros no mercado futuro precisarão de uma corretora ou plataforma de investimento, para a qual deverão depositar uma percentagem do valor total dos contratos negociados. Como garantia, costumam ser aceitos ações, títulos públicos do Tesouro Direto ou CDBs, por exemplo.
Quais são os tipos?
Um ponto muito interessante e que merece atenção do investidor no que diz respeito aos futuros de DI está relacionado com os tipos de contratos. Basicamente, existem duas modalidades, sendo que cada uma é indicada para algumas situações específicas. Veja, a seguir, quais são elas.
Prefixados
Os chamados contratos de DI prefixados são aqueles que contam com uma dívida com juros pós-fixados variáveis e apostam na hipótese de que os juros se tornarão mais elevados com o passar do tempo. Diante de tal realidade, os investidores anseiam por uma proteção contra a alta, fazendo a venda de um contrato futuro prefixado com sua taxa atual.
Pós-fixados
Por outro lado, também temos os contratos de DI Pós-fixados. Nesse caso, o produto conta com uma dívida com juros prefixados determinada com antecedência e a expectativa é que a taxa de juros acabe se tornando menor com o passar do tempo. Com isso, os investidores compram o ativo com a taxa do dia do vencimento, pagando juros menores.
Por que negociar o DI futuro?
Você pode estar se perguntando se, com tantas ações, Fundos Imobiliários e tantos outros ativos disponíveis no mercado, negociar o DI futuro é mesmo uma boa opção? Além disso, no mercado de renda variável, os produtos estão sempre sujeitos a variações diárias, que podem resultar em situações nada desejáveis para o investidor sem muita mobilidade.
No entanto, o ponto é justamente esse: o risco e as oscilações abrem cenários interessantes. Além disso, o mercado futuro desempenha um papel relevante para viabilizar a transferência de risco, proporcionando flexibilidade e se configurando como um dos mais interessantes instrumentos para uma boa administração de portfólios em renda fixa.
Quais são os custos de negociação de contratos de DI futuro?
Logicamente, os investidores precisam desembolsar algum valor para arcar com os custos da taxa de corretagem, que pode variar de acordo com a Tabela TOB (Taxa Operacional Básica), mas o padrão é de 3,00% baseados no volume financeiro total que será transacionado. Para o day trade, a taxa referente à compra ou venda de DI Futuro é de 1,50%.
Vale ressaltar que existem outras quantias que são cobradas pela Bolsa de Valores, como taxas de liquidação, permanência, emolumentos e registro, que podem ser consultadas na própria plataforma da B3. Embora isso possa parecer complexo em um primeiro momento, com o passar do tempo, é mais fácil se acostumar e entender os custos naturalmente.
Além disso, não podemos deixar de falar sobre o Imposto de Renda, que também é cobrado nos contratos futuros de DI. A cobrança é referente ao total de ganho líquido na liquidação do contrato, ficando em 15%. Para o day trade, o percentual sobe para 20%. No caso de resultados negativos, o IR não incide. A apuração é responsabilidade do investidor.
Para que os contratos futuros de DI podem ser usados?
Os contratos futuros de DI podem ser usados para finalidades importantes e diferentes entre si. Uma delas, por exemplo, está na especulação, que toma como base a variação das taxas de juros. Dessa maneira, os traders mais inteligentes podem auferir bons lucros em curto e médio prazos, especulando sobre tais variações.
A elaboração das taxas de juros em investimentos de renda fixa é mais uma das possibilidades dos contratos futuros de DI, com investimentos que usam o DI futuro para determinar as taxas aplicadas para o cenário. Os contratos DI também são usados por investidores, empresas e instituições para a proteção da carteira contra volatilidades econômicas ou políticas.
Quanto vale um contrato futuro de DI?
Como citamos, o lote padrão para o DI futuro é de cinco contratos, com valor de 100 mil pontos ou 100 mil Reais, descontados pela taxa prefixada negociada, ajustada ao período a decorrer até o vencimento. Além disso, existem características técnicas mais específicas desse produto de derivativos, como o cálculo do PU (Preço Unitário).
No entanto, o que é preciso ter em mente é que os vencimentos dos contratos futuros de DI são mensais, ocorrendo sempre no primeiro dia útil do mês seguinte, com suas negociações sediadas na Bolsa de Valores e prazos de resgate escolhidos pelo investidor. Não é um produto para iniciantes, mas pode oferecer proteção contra possíveis oscilações bruscas na economia.
Como operar em contratos de DI futuro?
Como dissemos, operar em contratos de DI futuro é mais recomendável para quem já tem alguma familiaridade com o mercado financeiro. Invariavelmente, para isso, você precisará de uma conta em uma instituição financeira para ter acesso ao ambiente e à plataforma de investimentos, obtendo informações e serviços úteis aos investidores.
É essencial conhecer o seu ticker, que é dado por DI1, seguido pela inicial do mês de vencimento e dois dígitos referentes ao ano. Em seguida, é preciso disponibilizar a chamada margem de garantia, que pode ser dada em valor líquido ou por outros ativos, como ações, títulos públicos, CDBs etc. Elas serão consumidas com os ajustes diários e demais taxas da operação.
Por fim, é preciso definir uma estratégia, que dependerá dos objetivos e do cenário do mercado, considerando as expectativas. Na hora da liquidação, ocorre a consolidação de ganhos ou perdas totais, dependendo do que acontecer. Por isso, é essencial considerar seu apetite ao risco e expectativas, por conta da natureza complexa dessa transação.
Quais as principais vantagens de investir em contratos de DI futuro?
Como pudemos ver, os contratos de DI futuro são um produto muito interessante, mas que não tendem a ser propriamente simples de serem dominados pelos investidores, especialmente os que ainda são menos experientes no setor. No entanto, sua presença no mercado se justifica por algumas vantagens relevantes, como as que veremos a seguir.
Mais lucratividade com variações
É inegável que uma das grandes vantagens de investir em contratos de DI futuro é o potencial elevado de lucratividade com as variações. Afinal, o produto é usado, sobretudo, para especulação, permitindo bons dividendos com as oscilações do mercado, embora sua premissa básica seja funcionar como uma opção de proteção do dinheiro.
Como envolvem um alto volume de capital, sua acessibilidade para pessoas físicas não costuma ser das maiores, mas isso é possível por investidores institucionais, especialmente na distribuição de fundos e carteiras. Para melhores resultados, é imprescindível uma análise completa, notadamente no aumento ou a queda da taxa Selic.
Maior diversificação da carteira
No mercado financeiro existe uma máxima que é extrapolada de um ditado muito simples e antigo: “Não coloque todos os ovos na mesma cesta”. Alguns investidores famosos (e bilionários) partiam de tal premissa, usando essa filosofia para escolher uma quantidade maior de ativos e apostar na diversificação de suas carteiras.
Nesse contexto, os contratos futuros de DI surgem como uma alternativa, desde que haja o conhecimento necessário para aplicá-los dentro do portfólio. Para quem opera com grandes quantias, é uma forma de proteger o dinheiro, principalmente em cenários de incerteza ou com oscilações se mostrando possíveis com o passar do tempo.
Pronto! Agora você já tem conhecimentos sobre o mundo dos investimentos e aprendeu sobre um ativo bastante relevante, que são os contratos futuros de DI. Como dissemos ao longo do conteúdo, não é um produto muito indicado para principiantes, mas pode ser uma possibilidade a ser estudada ou observada para uma tomada mais acertada de decisões!
Gostou de aprender mais sobre o conceito e as vantagens dos contratos futuros de DI? Como você pôde ver, aprender sobre o mercado financeiro é importante, mesmo quando não é um ativo diretamente presente na sua carteira.