Comprar na baixa e vender na alta é um conceito disseminado por muitos investidores no mercado financeiro. Trata-se de uma ideia que é o fundamento da lucratividade dos ativos de renda variável na Bolsa de Valores.
Muitos acreditam que ele se aplica somente às ações, mas há outros usos para tal conceito: quem compra qualquer ativo a um preço elevado no momento pode passar por uma situação muito desconfortável.
Neste artigo, discorreremos tudo sobre o assunto, passando pelo conceito até o funcionamento desse processo e como ele pode contribuir para aumentar os ganhos da sua carteira. Continue lendo!
O que significa comprar na baixa e vender na alta?
Comprar na baixa e vender na alta é uma estratégia muito comum no mercado de ações. Em outras palavras, é uma movimentação que o investidor realiza adquirindo papéis de ações mais promissoras e que estão com um preço baixo, ou seja, baratos.
Assim, em um segundo momento, o investidor vende os papéis a um preço elevado, obtendo lucratividade nesse período. Apesar de ser mais comum no mercado acionário, esse conceito é implementado em outros tipos de ativos.
Por exemplo, nas commodities é possível adquirir contratos no mercado futuro a um valor inferior para, em seguida, vender mais caro e garantir o lucro. Esse conceito é amplamente utilizado pelos profissionais que atuam na modalidade Day Trade — ou seja, operações que começam e finalizam no mesmo dia.
Por exemplo, é muito comum eles atuarem no mercado de Dólar futuro. Assim, eles podem comprar o ativo com um preço inferior, vendendo mais caro no mesmo dia.
Como fazer isso de modo eficiente?
Esse tipo de estratégia deve ser feito de forma inteligente para ter resultados interessantes. Portanto, separamos algumas dicas para que você possa fazer isso. Continue lendo!
CONHEÇA O SEU PERFIL
O primeiro passo é entender o seu perfil de investidor. Isso é fundamental para saber o momento certo de adquirir um ativo e a quantidade, bem como para entender a hora de vender. Para tanto, temos 3 tipos diferentes.
O primeiro é o conservador. Esse investidor dificilmente faria a compra de ações ou outros ativos de renda variável. Isso porque ele não tem aptidão ao risco e prefere a proteção do que a rentabilidade. Logo, ele centraliza as suas aplicações na poupança, em títulos de dívida pública e outros ativos comercializados por bancos e corretoras.
O segundo perfil é o extremo oposto do conservador. Nesse caso, estamos tratando do investidor agressivo e arrojado. Porém, não se engane. Ele não é uma aventureiro que está no mercado só para fazer dinheiro. Na realidade, trata-se de um investidor muito experiente e que tem conhecimentos amplos do mercado financeiro.
No meio termo, nós temos o moderado. Esse é o perfil que compreende os dois tipos anteriores, mas de forma moderada. Por exemplo, ele nem é tão conservador que não queira correr riscos, porém não se expõe tanto quanto o agressivo.
Você deve analisar em qual desses 3 perfis está e orientar as suas aplicações de acordo com esse elemento.
DEFINA SEUS OBJETIVOS FINANCEIROS
Outro ponto importante é definir os seus objetivos financeiros. Antes de fazer qualquer tipo de aplicação no mercado financeiro é preciso ter em mente o que você pretende fazer na aplicação. Um investimento de sucesso é aquele em que o investidor sabe o ponto de entrar, mas também a hora de sair, e como pode se beneficiar com cada operação.
Sem objetivos claros, você pode entrar no momento incorreto e, além disso, perder a oportunidade de realizar o lucro. Por exemplo, imagine que você comprou uma ação a um bom preço e, dias depois, ele subiu muito, dando uma oportunidade de vender o ativo e realizar o lucro.
Contudo, se não tiver objetivos bem definidos, pode se manter na posição. Assim, se o preço corrigir e voltar ao patamar da sua compra, você deixaria de lucrar todo montante que a operação teria potencial de gerar.
É por isso que ter objetivos bem definidos é muito importante nesse processo. Eles garantirão que você tenha um foco em suas aplicações, evitando ser fisgado pela ganância de querer mais lucros do que a operação já proporcionou.
FAÇA ESCOLHAS POR CATEGORIAS
Outro ponto importante é escolher os seus ativos por categorias. Como já mencionamos, o conceito de comprar na baixa e vender na alta pode ser aplicado em diversos mercados. Assim, o ideal é que as suas aplicações sejam diversificadas, aplicando essa estratégia em variadas classes de ativos.
Por exemplo, você pode ter ativos da categoria de ações, e, dentro dela, é possível escolher papéis de diversas empresas. Também imagine que você está com pretensão de investir em commodities. Nessa classe de ativos, existem diversos que podem ser escolhidos.
Assim, é possível fracionar os seus investimentos, garantindo uma lucratividade interessante e, principalmente, reduzindo os riscos. Afinal, a desvalorização de uma aplicação pode ser suprida pela valorização de outra.
DEFINA OS PERCENTUAIS PARA INVESTIR EM CADA ATIVO
Além de definir os seus investimentos em categorias de ativos, é importante definir o percentual que será aportado em cada uma delas. Nesse caso, você deve estudar quais as ações ou outros ativos que podem gerar a maior lucratividade e centralizar uma parte elevada do capital neles.
Contudo, é sempre bom ter em mente a importância da diversificação. Por isso, vale a pena aproveitar outras oportunidades que se apresentam com menor intensidade. Dessa forma, você montará uma carteira bem diversificada e experimentará rentabilidades distintas.
FAÇA APORTES MENSAIS
Também é interessante fazer aportes mensalmente em sua carteira de ativos. Ao ter diversos tipos de investimentos, você também perceberá que podem existir oportunidades de comprar barato em vários deles.
Nesses casos, é importante ter um valor disponível para aproveitar alguns movimentos de correção nos preços. Estar líquido — ou seja, ter dinheiro para fazer outras operações — é muito importante no mercado financeiro.
Você pode se desfazer de algum ativo em um dia para tentar aproveitar outra oportunidade. Mas isso pode não acontecer imediatamente, e a chance de fazer uma boa entrada pode já ter acabado.
Afinal, movimentos de correções podem acontecer rapidamente — já que outros investidores detectam a oportunidade e compram o ativo com um grande fluxo. Fatalmente, esse movimento faz o preço retornar aos patamares anteriores.
EVITE ARMADILHAS
Por fim, é fundamental entender que podem existir armadilhas nesse processo. Afinal, nem tudo que é barato significa que seja bom. Se isso é uma máxima no meio comercial em geral, quando tratamos do mercado financeiro, o cuidado deve ser ainda maior.
Comprar um ativo que está com o preço muito baixo pode dar uma margem de segurança interessante para o investidor, tendo em vista que, se o preço subir, ele vai fazer a compra por um preço muito bom.
Mas e se o preço não subir? Se ele se manter no mesmo patamar ou, simplesmente, começar a cair? É justamente essa a armadilha que pode acontecer nesse procedimento. Por isso, você precisa ter cuidado em relação às características da empresa em que pretende investir.
Uma forma de evitar cair nessas armadilhas é fazer análises que vão muito além do preço. Dessa forma, é possível verificar o Return On Equity (ROE) ou Return On Invested Capital (ROIC), além de outros múltiplos e indicadores do mercado.
Além disso, vale a pena observar o histórico das empresas que você pretende comprar. Existem situações em que os preços das ações de grandes companhias, como a Petrobras, por exemplo, caem bastante, oferecendo uma grande oportunidade de compra. Ou ainda, investir em ETFs que estão com preços baixos, tendo a oportunidade de vender mais caro.
Quais são os potenciais riscos?
Os conceitos de comprar na baixa e vender na alta podem proporcionar alguns riscos para o investidor, afinal, estamos tratando de um mercado de renda variável. Logo, podem existir alguns momentos em que o investidor precisará arriscar um pouco mais.
Primeiro, temos o risco de o investidor cair em uma armadilha, como mencionamos. Inclusive, isso pode gerar um prejuízo considerável para o seu negócio. Mas não para por aí. Mesmo se todos os fundamentos demonstram que a empresa é muito sólida e, apesar dos movimentos de baixa, tem chances de valorizar novamente, ainda é possível que o preço caia mais. Isso aconteceu no início de 2020, quando a pandemia de coronavírus estourou no Brasil.
Durante o mês de fevereiro e o início de março, as ações começaram um processo de desvalorização. Algumas pessoas acreditaram que era o momento ideal de comprar. Mas, semanas depois, os preços caíram ainda mais, gerando os Circuits Breakers que testemunhamos ao longo do ano.
Outro risco muito comum é comprar o ativo enquanto ele ainda está caindo, sendo que ainda pode ser derrubado ainda mais, gerando prejuízos ou muito desconforto para o investidor que estará “mal comprado”.
Quais são os benefícios?
Como mostramos, existem riscos nesse processo. Mas, acredite, os benefícios compensam muito esses eventuais problemas. Afinal, se não existissem vantagens, os investidores não esperariam um preço cair para, finalmente, comprar na baixa e vender na alta.
Se você acertar o momento correto de entrar, o primeiro benefício que pode ser conquistado é o aproveitamento de todo o movimento de alta. Além disso, geralmente, quando o preço voltar a corrigir, pode ser que você ainda esteja bem posicionado, gerando a oportunidade de comprar mais do mesmo ativo.
Outra vantagem interessante é a proteção. Imagine, por exemplo, que você comprou ações da Petrobras (PETR4) no final de março de 2020, na faixa dos R$ 15,00. Meses depois, as ações da empresa subiram e caíram devido a diversos motivos.
Até 2021, em nenhum momento os preços desse ativo retornaram ao patamar daquele período. Ela já teve movimentos fortes de alta, bem como sofreu algumas desvalorizações graças a questões políticas. Mas o investidor que adquiriu as ações no preço mencionado se manteve protegido.
Assim, ao comprar ações com preços mais baratos — além da chance de lucro vendendo mais caro — você também pode manter posições no longo prazo. Mas tudo deve depender da análise do seu perfil de investidor e seus objetivos financeiros.
Como contar com um profissional especializado?
Como você pode perceber, para obter os benefícios de comprar na baixa e vender na alta dirimindo os seus riscos, é fundamental conhecer alguns conceitos do mercado, bem como elementos externos que contribuem com as oscilações de preços.
Mas quem está iniciando no universo dos investimentos pode encontrar grandes desafios nesse processo. Afinal, conhecer todos esses indicadores e nuances do mercado é algo que demanda tempo, e pode demorar meses para que você entenda o momento ideal de ingressar em uma operação. E quando você, finalmente, entende que pode tomar a decisão de compra, a oportunidade pode ter passado. Assim, a pergunta que fica no ar é a seguinte: como fazer para aproveitar todos os benefícios que mencionamos anteriormente?
Simples, contando com ajuda de um profissional que entende do assunto, ou seja, um assessor de investimentos. Atualmente, existem pessoas que já conhecem bem os mercados e se dedicam a ensinar para os investidores iniciantes tudo o que aprenderam ao longo da sua jornada.
Além disso, esses profissionais são muito fáceis de serem encontrados. As próprias corretoras ou bancos de investimentos como o modalmais já têm esse time e o disponibiliza aos seus clientes. Logo, se você tiver uma conta nessas instituições, já pode ter acesso a esses investidores mais experientes.
Mas ainda assim é preciso ter cuidado. Isso porque existe muita gente na internet se vendendo como alguém que pode ajudar você a ganhar dinheiro na Bolsa de Valores. Abra os olhos para promessas muito agressivas e sempre opte por ter uma assessoria profissional fornecida por empresas de credibilidade no mercado, como o modalmais.
Por fim, podemos concluir que comprar na baixa e vender na alta pode fazer toda diferença para a lucratividade em uma carteira de investimentos. Sendo assim, é importante observar os movimentos do mercado para saber o melhor momento de entrar em uma operação, seja ela de compra ou venda de qualquer ativo.