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Confira como funcionam os investimentos atrelados à inflação


Ter investimentos atrelados à inflação pode ser interessante para muitos investidores que desejam proteger o seu patrimônio, especialmente no Brasil, em que a desvalorização generalizada da nossa moeda é algo que nos assombra com muita frequência.

Já passamos por momentos de hiperinflação que causaram alterações significativas nos preços. Logo, conhecer os ativos atrelados à inflação é essencial para proteger o seu capital desse tipo de variação.

Neste artigo, mostraremos como a inflação interfere em seus ativos e quais são os principais tipos de investimentos atrelados a ela. Continue lendo!

Como a inflação afeta os seus investimentos?

A inflação é um fenômeno econômico em que ocorre o aumento generalizado nos preços. Em nossa história recente, já sofremos muito com esse elemento e, recentemente, somos assombrados pelo problema novamente.

Em outubro de 2021, batemos mais de 10%, um número que se repetiu apenas no ano de 2016. Isso abre os olhos do investidor, que passa a se preocupar com a perda do poder de compra do seu dinheiro.
Com uma inflação flutuando próxima dos 10%, os ativos de renda fixa que remuneram a uma taxa inferior ao percentual podem fazer com que você perca dinheiro com o passar do tempo. Em outras palavras, é como se o seu capital aplicado não fosse capaz de suprir a própria desvalorização do dinheiro.

Por esse motivo, o investidor deve buscar mecanismos para fazer com que o seu patrimônio, pelo menos, acompanhe a inflação. Sendo que o ideal seria ter uma rentabilidade superior a ela.

Quais são os principais investimentos atrelados à inflação?

O mercado financeiro oferece uma série de títulos atrelados à inflação para evitar que o seu dinheiro desvalorize. Veja alguns exemplos nos tópicos seguintes.

Títulos públicos do Tesouro Direto
Os títulos públicos do Tesouro Direto são um exemplo clássico de como se proteger da inflação utilizando investimentos. O principal deles é o Tesouro IPCA. Para entender o porquê da sua capacidade de proteção, é importante saber o significado dessa sigla.

Ela é utilizada para designar o termo Índice de Preços ao Consumidor Amplo e é um dos principais medidores inflacionários. Logo, se o título remunera tomando como base esse indicador, é provável que o seu capital sempre seja atualizado de acordo com a inflação.

Geralmente, os títulos do Tesouro Direto com essa característica oferecem o IPCA acrescido de outro percentual. Nesse caso, é ainda melhor, pois o seu rendimento será maior. Outra vantagem interessante é que esse tipo de aplicação é muito segura, considerado um produto quase totalmente livre de risco.

Fundo de inflação
Esses ativos são como fundos de investimento tradicionais. Ou seja, eles reúnem uma série de investidores que constituem um patrimônio gerenciado por um gestor experiente. Contudo, esse responsável pela administração dos recursos aplica em ativos vinculados à inflação.

O foco é o mesmo do Tesouro Direto, ou seja, fazer com que o capital dos investidores seja protegido das oscilações inflacionárias e da desvalorização da moeda.

ETFs de renda fixa
Outra modalidade muito interessante são os ETFs de renda fixa. Nesse caso, eles replicam o desempenho de indicadores que acompanham os títulos do Tesouro Direto atrelados à inflação. Atualmente, existem vários desses ativos negociados na B3. Um exemplo é o B5P211, que é atrelado ao IPCA. Ele acompanha a evolução da carteira de papéis em um prazo de até 5 anos. Aplicar em ETFs é uma forma simples e rápida de investir em uma classe de ativos e, além disso, com vantagens tributárias.

Afinal, diferentemente dos fundos de investimento tradicionais, a alíquota do IR nesses ativos será de 15% em qualquer situação, independentemente do prazo da aplicação.

Debêntures
Outro exemplo de ativos utilizados para proteger das oscilações da inflação são as debêntures, especialmente as que estão atreladas ao IPCA. Esse tipo de ativo tem por objetivo financiar instituições privadas.

Ou seja, você empresta seu dinheiro para um banco, e ele o remunera com uma taxa de juros pré-fixada, que pode ser vinculada a esse indicador de inflação. Porém, é importante saber que nem todas as debêntures têm sua rentabilidade vinculada ao IPCA.

Existem algumas que são atreladas a uma taxa fixa disponibilizada pela própria instituição ou, até mesmo, à SELIC.

Letra de Crédito Imobiliário
Uma modalidade interessante são as Letras de Crédito Imobiliário (LCI). Basicamente, são ativos em que instituições financeiras e bancárias arrecadam dinheiro para investir no setor imobiliário.

Em contrapartida ao levantamento desses recursos, é fornecida uma taxa de juros como remuneração do capital aplicado. Geralmente, esse percentual não é o mesmo utilizado no IPCA, por exemplo.

Contudo, na maioria dos casos, a rentabilidade dessa aplicação fica acima da inflação, protegendo o patrimônio do investidor.

Letra de Crédito do Agronegócio
Por fim, temos a Letra de Crédito do Agronegócio. A ideia desse ativo é muito semelhante ao exemplo anterior, com uma diferença fundamental.

Em vez de fomentar a área imobiliária, os recursos levantados são destinados a fomentar o agronegócio, um dos segmentos mais rentáveis do nosso país. Tanto essa modalidade quanto a LCI são ativos que têm a proteção do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), e tanto a LCI quanto a LCA são isentos de alíquota de Imposto de Renda.

Esse é um fundo que garante o pagamento do seu investimento, caso o banco ou a instituição financeira quebre. Contudo, existem limites para isso. O FGC garante o montante de até R$ 250.000,00 por CPF e conta.

Quais são as 6 melhores práticas para tomar boas decisões ao investir nesses ativos?

Agora que você conheceu os principais ativos que protegem o seu patrimônio das flutuações inflacionárias, mostraremos algumas dicas para você poder investir nessas modalidades. Continue lendo!

1. Tome decisões com base em valores reais, e não nominais
A primeira dica é embasar suas decisões sempre nos valores reais, não nos nominais. Mas, para isso, você precisa entender a diferença entre os conceitos. Os valores nominais são aqueles que não têm reajustes pela inflação do país. Ou seja, eles não acompanham os percentuais inflacionários. Já quando tratamos de valores reais, estamos de frente a um ativo que acompanha as mudanças da inflação.

O valor real mostra o poder aquisitivo de uma quantia de dinheiro e sua evolução com o passar dos meses ou anos.

2. Estruture o seu fluxo de caixa
Outra dica importante é estruturar o seu fluxo de caixa. Esse é um conceito pouco disseminado no meio de investimentos financeiros. Basicamente, ele deve ser entendido como a entrada e saída de recursos na sua vida. O controle do seu fluxo de caixa é fundamental para você ter dinheiro entrando frequentemente para aproveitar oportunidades de investimentos que possam surgir, tanto para fazer Hedge como para diversificar suas aplicações, e alcançar seus objetivos financeiros.

3. Avalie indicadores importantes antes da compra
Avaliar indicadores também é uma tarefa importante. Eles demonstram informações valiosíssimas que podem servir para embasar sua tomada de decisões. Avaliar indicadores pode livrar o investidor de tomar decisões equivocadas que, inclusive, podem colocar em risco o seu patrimônio.

4. Destine uma parcela da renda para especular
Também é importante destinar uma parte pequena do seu capital para fazer operações especulativas. O investidor que especula é aquele que compra ou vende algum ativo na Bolsa de Valores com o objetivo de aproveitar um movimento rápido. Um exemplo clássico de especulação é o Day Trade ou Swing Trade. Basicamente, são operações de curtíssimo prazo, muitas delas iniciando e finalizando em um mesmo dia.

Nesse caso, é muito importante que você tenha em mente o percentual que pode ser dedicado à especulação. Existem pessoas que são profissionais nessa modalidade de operação. Mas isso é algo destinado a quem, de fato, quer seguir uma profissão de Trader, por exemplo.

No caso do investidor que deseja proteger-se da inflação, o capital destinado à especulação deve ser pequeno. Cerca de 5% a 10%, dependendo da quantidade máxima do seu dinheiro.

5. Estude o mercado financeiro
Você também precisa estudar sobre o mercado financeiro para entender quais são os fatores que movimentam os preços. É importante entender sobre indicadores, números divulgados pelas agências de risco e pelos próprios governos etc.

Entenda que dados e publicações de outros países podem interferir diretamente nos preços dos ativos em nosso país. Por isso, é fundamental conhecer bem sobre esses dados e como eles interferem nos seus ativos.

6. Encontre a Taxa Mínima de Atratividade (TMA)
Por fim, você precisa encontrar a Taxa Mínima de Atratividade (TMA). É um conceito valiosíssimo na análise de investimentos. É um elemento que demonstra o mínimo que um investidor se propõe a ganhar com o capital aplicado.

Assim, o foco da TMA é demonstrar quanto de dinheiro o investidor receberá com a aplicação que ele fez. Nesse sentido, quanto maior for o fluxo de caixa em relação ao capital investido, maior será o retorno. Ao fazer essa estimativa de taxa de retorno e comparar com a aplicação, o investidor decide se o investimento é viável ou não. Assim, impactando diretamente em sua tomada de decisões.

Conhecer os investimentos atrelados à inflação é fundamental para proteger suas aplicações. Por meio desses ativos, você pode suprir eventuais oscilações nesse percentual com a rentabilidade elevada de alguns títulos.

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