Participar de clubes de investimento é uma ótima alternativa de conhecer o mercado de risco. Como eles têm a obrigatoriedade de manter pelo menos 67% do seu patrimônio líquido aplicados em ações ou cotas de fundos de ações, eles são veículos de investimentos ligados a esse tipo de ativo. Somado a uma participação em grupo, a oportunidade pode tornar-se muito proveitosa.
Este artigo explora bem o tema. Ao ler o texto, você conhecerá em maiores detalhes o que são os clubes de investimento. Saberá também para que servem e como são orientados. Além disso, verá quais são suas características e como eles funcionam. Por fim, entrará na parte prática e entenderá o que deve ser feito para montar um, além de observar melhor as vantagens conseguidas.
Siga adiante e leia até o fim!
O que é um clube de investimento?
Um clube de investimento é um agrupamento de pessoas com um objetivo em comum: somar uma quantia de capital para investir no mercado financeiro. Existe uma particularidade que diz que todo clube de investimento deve investir pelo menos 67% de seu patrimônio líquido no mercado de renda variável, em ações ou em cotas de fundos de ações.
Isso quer dizer que se trata de uma modalidade de investimento na qual os cotistas visam ao mercado de risco, já que a maior parte dos recursos do clube é destinada ao mercado de ações. A estrutura é muito parecida com um fundo de investimento que aplica nesse mesmo mercado, mas o clube de investimento precisa seguir algumas regras específicas que tornam seu alcance limitado.
Para que serve?
Um clube de investimento pode ser encarado como uma “porta de entrada” para a Bolsa de Valores, mais especificamente para o mercado de ações. Isso porque a B3 serve para negociar diversos tipos de ativos financeiros, tais quais cotas de fundos de investimentos imobiliários e derivativos do mercado futuro.
Assim, um clube serve para um grupo de pessoas que deseja reunir recursos e conhecimentos em torno do tema para investir em produtos de risco. Além da possibilidade de ganhos maiores (e eventuais perdas), o conhecimento pode ser compartilhado entre todos os membros.
Quais são suas características?
Os clubes de investimento possuem características próprias que os colocam como veículos únicos no mercado financeiro. Uma delas é o número de participantes. Para montar um clube de investimentos, é preciso ter ao menos três pessoas físicas. A quantidade máxima de pessoas também é limitada. Agora, ela não pode ser superior a 50, mas, no passado, esse número já foi de 150 pessoas.
Definido esse passo inicial, é preciso estruturar o estatuto do clube de investimento. É por meio dele que as regras do clube serão definidas. Não é preciso preocupar-se em montar um estatuto do zero, pois a instituição parceira nesse processo provavelmente fornecerá um modelo a ser seguido. Dessa forma, basta preencher algumas informações básicas, como o nome do clube de investimento.
Uma característica muito interessante e benéfica em relação ao funcionamento dos clubes de investimento é a ausência da incidência de imposto de renda sobre suas operações. Ou seja, se, em determinada compra de um ativo, o preço se der a R$ 10,00 e sua venda ocorrer em R$ 15,00, não há cobrança de nenhum imposto.
Como os clubes de investimento funcionam?
Conforme falado, os impostos não acontecem em um eventual ganho de capital. Mas essa mesma situação não acontece com a pessoa física, que seria tributada em 15% sobre os ganhos, desde que as vendas do mês não ultrapassassem R$ 20 mil.
Mas isso não quer dizer que um membro de um clube de investimentos não pague imposto. Sim, isso acontece, só que apenas no resgate da cota (e se houver valorização, é claro). Além disso, o valor é fixo em 15%, ainda que operações day trade sejam tributadas em 20%, como ocorre na pessoa física.
Um ponto importante a frisar é a figura do gestor dos recursos do fundo. Afinal de contas, as ações não entrarão e sairão da carteira do clube por mera e espontânea vontade. Nesse sentido, pode haver duas situações.
Na primeira delas (a mais simples), um membro do clube é eleito por meio de assembleia para gerenciar os recursos do fundo. Ele não pode ser remunerado, a menos que tenha autorização da CVM para tal, que é o que geralmente acontece.
No segundo caso (mais raro), um gestor profissional é contratado, e um valor precisa lhe ser devido. Afinal de contas, trata-se da contratação de um profissional e, como tal, ele deve receber seus numerários. Também deve ser paga uma taxa de administração anual à corretora pela manutenção do clube, que incide mensalmente em uma cobrança pró-rata mês.
Como montar um clube de investimentos?
Para iniciar um clube de investimentos, é preciso a intermediação de uma corretora de valores. Com o estatuto em mãos, deve ser definido o aporte inicial de cada membro, e o documento precisa ser enviado à CVM. Após aprovação, os recursos devem ser aportados, e o clube já estará apto a operar na Bolsa de Valores.
Algo de muita importância a ser mencionado é que um clube de investimentos tem a prerrogativa de manter a proporcionalidade de participação entre seus membros. Por conta disso, ninguém pode deter mais de 40% do patrimônio líquido total. Caso isso ocorra por algum desequilíbrio eventual, deverá haver correção tão rápido quanto possível.
Com isso, mantém-se uma forte vantagem dos clubes de investimento: a paridade. Todos participam em condições de muita proximidade. Além disso, benefícios como a participação compartilhada são muito incentivados, além de uma educação financeira que beneficia a ampliação do conhecimento de todos.
Fazer parte de clubes de investimento pode ser uma alternativa muito interessante para quem quer adentrar no mercado de risco, mas se sente inseguro de fazê-lo sozinho. Além disso, as assembleias reforçam as decisões que precisam ser tomadas em grupo, disseminando o caráter participativo de todos. Todos aprendem sobre opções de investimentos diferentes à tradicional poupança, que, devido ao maior conhecimento financeiro do brasileiro, está sendo gradativamente abandonada (ainda bem).
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