Você sabe quais são as certificações do mercado financeiro? Existem várias atribuições, tanto educacionais quanto de orientações de investimentos e para exercê-las, é preciso ter um certificado de habilitação e registro.
O documento dá direito ao portador a realizar algumas orientações proibidas para os investidores de modo geral. Portanto, se você deseja ingressar nesse universo de forma profissional, este artigo deve ser lido com calma.
Mostramos aqui quais são essas certificações e como elas podem ser obtidas. Continue lendo!
Qual a importância das certificações do Mercado financeiro?
As certificações do mercado financeiro servem para dar um aspecto de profissionalização aos segmentos de atuação no universo dos investimentos. Atualmente, não existe um curso a nível de graduação que atribui direitos a uma pessoa de fazer gestão de ativos ou orientações de aplicações a terceiros.
Por esse motivo, é tão importante existirem certificações como as que descreveremos ao longo deste conteúdo. Elas possibilitam aos profissionais conhecerem e estudarem sobre o assunto específico que pretendem trabalhar.
Dessa forma, sua gestão de investimentos e orientação torna-se mais assertiva, gerando mais chances de ganhos para os clientes. Por outro lado, as pessoas que contratam esse tipo de serviço também são beneficiadas.
Afinal, elas estarão lidando com um profissional que estudou e foi certificado pelos órgãos competentes. Sendo assim, as certificações trouxeram mais profissionalismo e confiança ao mercado financeiro.
Quais as principais certificações?
Entendida a importância das certificações do mercado financeiro, mostraremos as seis principais mais conhecidas e buscadas pelos profissionais. Confira!
1. CPA-10
A CPA-10 é uma certificação destinada a instituições que trabalham com a distribuição de produtos de investimentos mais básicos. Inclusive, ela é exigida para agências bancárias e até mesmo plataformas de atendimento.
Todas as pessoas que trabalham fornecendo informações sobre investimento diretamente aos clientes precisam dessa certificação. Esse formato está relacionado à venda de produtos financeiros comuns.
Porém, ele também é direcionado a profissionais que atuam em organizações de créditos. Eles também precisam desse certificado para desempenhar suas atividades. Para ter o certificado é necessário realizar uma prova com 50 questões.
Para ser aprovado, o candidato precisa acertar o mínimo de 70% do número de questões, ou seja, 35 alternativas corretas para conseguir ser aprovado.
2. CPA-20
O CPA-20 é uma certificação voltada para outro público de investidores qualificados. Geralmente, as pessoas que optam por esses certificados são profissionais que atuam em bancos com clientes que têm um volume maior de dinheiro ou empresas que investem no mercado de capitais.
O exame para essa certificação é um pouco maior, totalizando 60 questões. Para ser aprovado, o candidato precisa acertar os mesmos 70%. Porém, nesse caso, seriam necessárias 42 questões corretas para conseguir o certificado.
Os conteúdos cobrados nessa prova variam no segmento de varejo de alta renda, investidores institucionais e o segmento conhecido como Private Banking.
Além disso, existe uma determinação para a instituição que adere ao Código de Regulação e Melhores Práticas para Fundos de Investimentos.
Os profissionais desses bancos também precisam dessa certificação. Essa é uma determinação proferida pela Associação Brasileira das Entidades do Mercado Financeiro e de Capitais (ANBIMA), que é o órgão responsável pela emissão do certificado.
3. CEA
O CEA é considerado por muitos o passo seguinte ao CPA 20. Ele é exigido para os mesmos profissionais que atuam na rede bancária, porém como assessores de gerentes de contas dos investidores, pois é o Certificado ANBIMA de Especialistas em Investimento.
A pessoa que tem essa certificação deve supervisionar os profissionais que fazem petição de clientes, que vendem produtos ou indicam ativos para eles investirem. Assim como na maioria dos casos, para conseguir um certificado desse tipo, é preciso passar por uma prova e quem orienta essa prova é a própria ANBIMA. Ela conta com 70 questões que devem ser respondidas em um período de 3h30min. Para ser aprovado, o candidato precisa acertar o mínimo de 70% das questões propostas.
A maior parte dos profissionais da área comercial de um banco possui essa certificação. Ela é fundamental para manter um padrão de qualidade elevado para quem faz a comercialização de fundos e outros tipos de investimento.
4. CGA
CGA é a sigla utilizada para o Certificado de Gestores ANBIMA. Ele é obrigatório para quem deseja fazer gestão profissional de recursos de terceiros. Assim, é importante para quem vai trabalhar em banco, corretora ou gestora de investimentos.
Esse certificado dá ao profissional a permissão de gerenciar o portfólio de investimentos de seus clientes. Pode, inclusive, tomar decisões quanto à locação de dinheiro em ativos que ele acredita que terão a maior rentabilidade.
Logo, trata-se de uma certificação que traz consigo uma grande responsabilidade, pois atua diretamente com o recurso dos clientes de uma instituição financeira ou bancária.
A prova para tirar esse certificado também é realizada pela ANBIMA. São 60 questões ao todo, e o candidato precisa acertar 70% para garantir o acesso ao certificado.
5. AAI
A certificação de Agente Autônomo de Investimentos (AAI) costuma ser a porta de entrada das pessoas que querem atuar nesse segmento. O profissional que tem esse certificado pode fazer orientações sem ter vínculo com bancos, corretoras ou demais instituições financeiras.
Em outras palavras, você pode tirar essa certificação e conquistar os seus próprios clientes, sem intermédio de terceiros. Atualmente, existem algumas empresas autorizadas pela da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para emitir esse certificado.
A forma de acesso dele também se dá por meio de uma prova. São 80 questões que devem ser respondidas em um período inferior a 2h30min. E para ser aprovado você precisa acertar 70% das alternativas, como já é de padrão em outras provas.
6. CNPI
O Certificado Nacional do Profissional de Investimentos ficou popularmente conhecido nos últimos anos graças ao mercado de Day Trade. Surgiram diversos profissionais que têm salas ao vivo de operações.
Basicamente, essas pessoas acompanham o mercado por meio de uma boa forma de transmissão instantânea e indicam o melhor momento de comprar ou vender um ativo. Esse segmento cresceu tanto que a maioria das corretoras tem suas próprias salas ao vivo de operação.
Todos os profissionais que fazem esse tipo de recomendação precisam ter esse certificado. A prova para conseguir o CNPI é um pouco mais complexa que as mencionadas anteriormente.
Isso porque são feitos dois exames distintos ao longo do prazo que o candidato tem para concluir a certificação, que são 12 meses.
Inicialmente, temos a primeira avaliação chamada de Conteúdo Brasileiro (CB), o exame dispõe de 75 questões de múltipla escolha com temas variados relacionados ao sistema financeiro do nosso país e ao mercado de capital. Por exemplo, renda fixa, derivativos, futuros, commodities etc.
A segunda fase é considerada a fundamentalista, ela tem 72 questões de múltipla escolha, e os temas estão relacionados à:
● análise e avaliação de ações;
● contabilidade financeira;
● finanças corporativas;
● verificação e análise de relatórios.
Porém, pode existir uma terceira fase para os profissionais que optarem pelo CNPI técnico, que é uma segunda certificação atrelada a esta. Nesse caso, o candidato também precisa de uma nova prova com 72 questões de múltipla escolha.
A grande diferença é que ele precisará conhecer sobre uma série de indicadores que movimentam os mercados no Brasil. Além disso, a prova também cobra os fundamentos relacionados à análise técnica ou gráfica.
Qual o objetivo de obter uma certificação?
Por fim, é importante destacar se vale a pena ou não investir em alguma dessas certificações que mencionamos ao longo do conteúdo. Para responder sobre esse ponto, é preciso entender qual é o seu objetivo final em ter uma certificação.
Se você é uma pessoa que tem o desejo de orientar investidores, ingressar como profissional em mercados mais específicos ou abrir algum tipo de instituição de orientação de investimentos, a certificação é o caminho ideal. Por meio dela, você receberá a liberação para executar diversos tipos de serviços no mercado financeiro.
Contudo, se o seu objetivo com esse processo é conhecer mais sobre o universo dos investimentos, esse pode não ser o caminho mais adequado. Isso porque existem outras formas de obter conhecimentos. Além disso, temos algumas limitações que precisam ser mencionadas.
Por exemplo, o analista que tem CNPI não pode se posicionar em ativos que ele recomenda. Por exemplo, se você tem uma sala de operações que trabalha com dólar no mercado futuro, não poderá negociar o ativo.
Sendo assim, é importante ter em mente que não há nenhuma obrigatoriedade de certificação para ser um investidor ou um Day Trader. Nesse caso, o que você precisará é de muito estudo e tempo de experiência no mercado. Isso, nenhum certificado fornecerá.
Porém, se o seu objetivo está na orientação de investimentos, o caminho da certificação o aguarda. Sendo assim, é fundamental investir tempo e dinheiro nos estudos, adquirindo cursos de capacitação e reciclagem na área de atuação que você escolheu.
Por fim, podemos concluir que as certificações do mercado financeiro são excelentes formas de garantir profissionalismo e proteção para ambos os lados da operação, tanto para aquele que dá uma orientação, quanto, principalmente, para quem a recebe.