Com a tecnologia presente nas transferências eletrônicas, Pix e demais operações financeiras, a utilização do dinheiro em espécie vem se tornando obsoleta, mas ainda é muito presente na sociedade. Notas que são impressas na Casa da Moeda, um órgão federal existente desde 1694, ou seja, esteve presente ao longo de diversos sistemas monetários até chegar ao Real.
Para você se aprofundar nessa história e conhecer mais sobre essa fábrica de fazer dinheiro, elaboramos este post com informações imperdíveis. Confira!
Saiba o que é a Casa da Moeda
Fundada no dia 8 de março de 1694, a Casa da Moeda auxilia na circulação das riquezas desde o período colonial, quando eram cunhadas as moedas provinciais, genuinamente brasileiras. Mas, antes do processo ser iniciado, elas eram obtidas por meio do comércio entre os viajantes. A cunhagem propriamente dita foi autorizada pelo rei de Portugal, Dom Pedro II.
De lá para cá, a instituição vem cumprindo a sua missão, indo bem além do que simplesmente a produção de dinheiro ou moedas.
O atual complexo industrial está localizado em Santa Cruz, bairro da zona oeste do Rio de Janeiro, sendo um dos mais bem equipados do mundo e o maior da América Latina.
Na Casa da Moeda são desenvolvidos diversos tipos de produtos, como medalhas, moedas comemorativas, selos fiscais, postais e federais.
Além disso, o local faz passaportes, certidões, diplomas e documentos que necessitam de um sistema de segurança bem elaborado.
Para você ter uma ideia, somente em cédulas há uma capacidade de produção de 2,6 bilhões, 4 bilhões de moedas, 8 bilhões de selos fiscais e 3 milhões de passaportes por ano, segundo dados oficiais.
Segurança alinhada com as inovações
A Casa da Moeda acompanhou as tendências tecnológicas ao longo das centenas de anos e, hoje, conta com um sistema de segurança de primeiro mundo.
As soluções digitais estão por todas as partes e há uma Sala Cofre com categoria Tier 3, situada em uma área de 119m², com climatização e conectividade. Além disso, há três zonas de segurança.
Na primeira, há modernas torres de comando sob a supervisão de homens treinados tanto do Exército quanto da Marinha (Fuzileiros Navais). Eles são os responsáveis pelo monitoramento periférico com tecnologia radar.
Já a segunda zona de segurança possui uma cerca divisória e, a terceira, tem um sistema de bloqueio que funciona em cada edificação, com rígido controle de acesso de funcionários por meio de roletas com catracas eletrônicas.
Tudo é integrado a um sistema de Tecnologia da Informação (TI), mantendo o dinheiro com todas as informações em uma base altamente segura.
Entenda como é feita a gestão da Casa da Moeda
O moderno parque gráfico é composto por três fábricas e tem impressoras capazes de confeccionar dinheiro a qualquer momento. Mas a autorização para imprimir dinheiro não pode influenciar na economia?
Com certeza, pois colocar muito dinheiro no mercado tem forte influência em relação à inflação, ou seja, a moeda fica desvalorizada, com impacto direto no aumento no valor das mercadorias.
Por isso, a Casa da Moeda não tem autonomia para imprimir dinheiro a todo momento. Somente após a autorização do Banco Central (Bacen) isso pode acontecer.
Assim, o Bacen fica responsável pelo gerenciamento da quantidade de dinheiro que entra e sai de circulação. Portanto, a Casa da Moeda é apenas um instrumento de produção.
Para definir a quantidade que deve chegar ao mercado, o Banco Central faz uma análise da necessidade, tendo como base as cédulas e moedas que estejam com algum tipo de dano, como dinheiro rasgado.
Além disso, o processo também é reflexo da política monetária adotada pelo Ministério da Economia. Assim, há momentos diferenciados no que diz respeito à impressão de dinheiro.
Critérios utilizados na impressão de dinheiro
Apesar de ser uma tentação para todos os governos manter a impressão de dinheiro sempre em uma quantidade adequada, a atitude não pode ser precipitada. Todas as tomadas de decisões necessitam de apurações aprofundadas por meio de dados financeiros consistentes e um minucioso olhar por parte dos especialistas.
Por isso, a impressão deve ser controlada, transparente e de maneira orgânica. Afinal, quando a economia está com dados positivos, a produção e investimentos crescem, refletindo nas riquezas do país.
Nesses momentos, a presença de dinheiro é bem perceptível e ajuda a decolar inúmeros setores da sociedade, mas é preciso que o processo aconteça naturalmente.
Agora, quando a fabricação de dinheiro é feita para consertar algum dano econômico, os riscos são grandes.
Isso porque dinheiro na mão não é sinônimo de produção, podendo gerar excesso de demanda ou falta de determinados produtos.
Como informamos acima, a impressão desenfreada de dinheiro por causar inflação, desvalorização da moeda, o que pode causar a tão temida hiperinflação.
Dessa forma, a impressão segue critérios altamente sérios, com foco no controle da economia, mantendo a credibilidade do Brasil para investidores. Mas há outros critérios que estão interligados com a quantidade de dinheiro que circula no país, como veremos agora.
Mudanças na taxa de juros
Entre as alternativas adotadas pelo Banco Central na gestão do dinheiro está a mudança nas regras para disponibilizar recursos para bancos comerciais, sempre com foco no aumento dos empréstimos.
O Bacen pode ainda modificar a taxa básica dos juros (Selic), que sempre é definida nas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom). Caso ela caia, geralmente aumentam os empréstimos, fazendo com que mais dinheiro circule na economia.
Aumento de gastos públicos
O governo muitas vezes injeta dinheiro na economia quando aumenta os gastos públicos. Os recursos podem ser originários da arrecadação de impostos ou mesmo do endividamento governamental. Nesse caso, acontece uma emissão de títulos da dívida, geralmente negociados na iniciativa privada
Portanto, quando existe uma pressão de economistas para o governo federal imprimir dinheiro, frequentemente é porque existe a necessidade de financiamento do Tesouro Nacional por meio do Banco Central.
Dessa forma, o Bacen transfere papel-moeda para o governo, recebendo em troca papéis da dívida, fazendo com que mais dinheiro circule na economia.
Rastreamento de produtos
É importante frisar ainda que a Casa da Moeda tem papel preponderante no controle fiscal, com um sistema que é capaz de rastrear inúmeros tipos de produtos. Entre eles, estão:
- bebidas;
- cigarro;
- leite e derivados;
- enlatados em geral;
- medicamentos;
- produtos de perfumaria, embelezamento e higiene;
- placas de Veículos;
- roupas;
- eletrônicos.
Assim, a Casa da Moeda participa direta e indiretamente da economia do Brasil, sendo uma instituição que tem história, credibilidade e muita confiança tanto pela iniciativa pública quanto privada.
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