Tomar decisões de compra e venda no mercado financeiro é uma tarefa que precisa ser executada com base em muita análise da situação política e socioeconômica do país, bem como dos pontos que norteiam o ativo que se pretende negociar. Além disso, também existem metodologias que facilitam bastante essa tomada de decisões, e uma delas é a análise gráfica.
Neste artigo, discorreremos com mais detalhes sobre esse importante método que auxilia traders e investidores a entrarem em operações utilizando técnicas que podem reduzir o risco de seus investimentos e aumentar as chances de obter boa performance. Acompanhe!
O que é a análise gráfica?
A análise gráfica — também conhecida como análise técnica — é um tipo de estudo do mercado que tem como objetivo traçar um panorama histórico dos preços de um ativo. Ela utiliza movimentos passados para, de certo modo, “prever” o futuro dos preços dos ativos e, assim, ajudar o trader a tomar decisões de compra ou venda.
A análise gráfica pode ser utilizada nos mais variados ativos. Entretanto, é mais comum que os investidores a utilizem para operar em mercados como o de ações, os futuros (dólar e índice, por exemplo) e, até mesmo, de algumas commodities.
Esse tipo de análise é útil para os mais variados objetivos de um investidor na Bolsa de Valores, seja para compreender a evolução de um investimento no longo prazo, seja para operações de curto prazo, como as que são iniciadas e encerradas no mesmo dia — Day Trade.
Por meio dos gráficos, o investidor identifica tendências de mercado e projeta movimentos futuros, tendo em vista que os preços tendem a se movimentar de forma repetida em determinados momentos.
A técnica é amplamente utilizada por investidores pessoa física. Além disso, para utilizá-la não é necessário ter um amplo conhecimento de mercado que obrigue o investidor a, necessariamente, saber interpretar conceitos da análise fundamentalistas ou outros métodos de análise, como, por exemplo, o Tape Reading.
Até pela objetividade que a análise técnica oferece e a facilidade de interpretação – por utilizar figuras, desenhos e demonstrativos gráficos – ela tem conquistado cada vez mais o pequeno investidor.
Contudo, é importante deixar muito claro que a análise gráfica não é milagrosa, e nem sempre as projeções de um investidor irão se concretizar. Em alguns casos, é possível que todo o fundamento esteja adequado para determinado movimento, porém o mercado tem vida própria e pode tomar rumos diferentes daquele que parecia já estar estabelecido no gráfico.
O que estamos querendo destacar é que não existe uma técnica perfeita ou que seja a melhor entre todas. A principal finalidade delas, portanto, é servir de embasamento para sua tomada de decisão.
Como funciona a análise gráfica?
Todos os gráficos, indicadores, figuras e demais elementos da análise gráfica acontecem graças a um único fator: o preço. Portanto, o mais importante é saber como ele se movimenta ao longo dos períodos.
Ele sempre se moverá de acordo com as decisões dos investidores, que são influenciadas por fatores externos, como crises e, até mesmo, insegurança do mercado. Por exemplo, imagine a seguinte situação.
Suponhamos que, de repente, acontece uma grande crise no abastecimento de petróleo, e a Petrobras começa a ter dificuldades para fornecer combustíveis no Brasil e, consequentemente, a ter redução em seu faturamento.
A primeira atitude de um investidor que tem ações da Petrobras — que é negociada na Bolsa de Valores com os códigos PETR3 e PETR4 — talvez seja desfazer-se de todos os seus papéis. Se muitas pessoas resolvem fazer isso, o preço, fatalmente, despencará.
Voltando ao exemplo anterior, suponhamos que, depois de algumas semanas, a situação do petróleo volta ao normal, e milhares de investidores percebem que a PETR4 está com um preço extremamente baixo, levando muitas a adquirirem essas ações, o que, consequentemente, eleva o preço delas.
Todos esses movimentos de preços ficam registrados nos gráficos. Alguns desse gráficos são representados por Candlesticks — como se fossem velas que indicam se um movimento do preço foi predominantemente de alta ou de baixa.
Há investidores que acreditam que exista um movimento aleatório demonstrado pelos gráficos, gerando muitas discussões entre os que defendem a escola grafista. Entretanto, o que notamos na prática é que, de fato, no longo prazo, o mercado assume certos padrões que podem ser enxergados de forma simples, rápida e fácil nos gráficos.
Outro detalhe interessante sobre o funcionamento dessa análise, é que os gráficos podem ser alterados para que considerem determinados padrões de tempo. Por exemplo, é possível analisar os movimentos dos preços por meio dos Candlesticks dos últimos 5 minutos ou 1 minuto, bem como os que ocorreram nos últimos meses ou anos.
Com isso, o investidor tem ainda mais padrões de movimentos para acompanhar, encontrando pontos de suporte e resistência de preços.
Qual é a finalidade da análise gráfica?
A finalidade principal da análise gráfica é servir como uma referência para o investidor. Tomar decisões com base no achismo ou, simplesmente, porque você acredita que determinada notícia vai mexer nos preços pode ser algo extremamente arriscado.
Além disso, você ficaria na expectativa de aguardar determinada oportunidade para entrar em uma operação, o que poderia demorar meses, ou até mesmo nem acontecer.
Ao tomar as suas decisões com base em todas as ferramentas da análise gráfica, o investidor deixa de ficar à mercê da sorte e passa a ser mais assertivo nas operações, diminuindo consideravelmente os riscos de suas aplicações.
Como fazer a análise gráfica?
Agora que você entendeu o que é a análise gráfica e por que ela pode ajudar em sua tomada de decisões no mercado, vamos ao que realmente interessa, que é como fazer a aplicação prática dessa técnica. Continue lendo!
Observe a tendência dos preços e a sua lateralização
O mercado pode trabalhar de forma lateral, ou seja, subindo e descendo dentro de um patamar, sem que ocorram movimentos muito bruscos ou, ainda, pode manter uma tendência de alta ou baixa.
O primeiro passo para fazer a análise por meio de gráficos é identificar esses movimentos de preços. A decisão pode mudar severamente em cada um deles. Por exemplo, se um mercado se encontra em tendência de alta, pode ser o momento mais adequado para comprar.
Entretanto, mercados lateralizados podem ser atrativos para operações de curtíssimo prazo. Isso acontece porque, mesmo que o ativo tenha uma forte oscilação que não dure por muito tempo, é possível obter resultados que não fariam diferença para operações de longo prazo.
Aprenda sobre a formação de Candlesticks
Como você já sabe, os Candlesticks são como uma espécie de velas que demonstram os movimentos de preço dos mercados. Um Candle (nome abreviado) individual não nos mostra muita coisa, apenas que o preço iniciou em um patamar – subiu ou caiu – e fechou em outro.
Entretanto, quando eles se juntam dentro de um gráfico, a “mágica” acontece. Isso porque eles formam determinadas figuras que servem como base para que o investidor tome uma decisão.
Além disso, o próprio corpo do Candle também pode ter uma formação característica que demonstra algum movimento futuro ao investidor. Por exemplo, um Candlestick sem corpo é chamado de “Doji”, que, na análise gráfica, pode significar uma incerteza do mercado, podendo vir antes de uma reversão de tendência.
São inúmeros padrões de Candles e figuras gráficas formados por eles. Portanto, estude sobre cada uma e conheça os movimentos que elas traduzem.
Saiba sobre o conceito de topos, fundos, resistência e suporte
Também é importante conhecer alguns conceitos básicos da análise gráfica. Por exemplo, um topo é o preço máximo que o ativo alcançou em determinado período. Por outro lado, o fundo é o mínimo que foi negociado.
Com base nisso, uma decisão de compra em um topo pode ser arriscado, dependendo do movimento, obviamente. Da mesma forma que vender em um fundo pode ser algo bastante desvantajoso.
Naturalmente, no mercado financeiro, não existe certo ou errado, tampouco absoluto. Entretanto, essas premissas auxiliam o investidor a não cometer erros que poderiam ser facilmente evitados.
Para você entender isso com um exemplo real, lembre-se do que aconteceu no primeiro trimestre de 2020. O preço das ações da Petrobras alcançou incríveis R$ 30, formando um topo histórico.
Muitas pessoas, portanto, compraram suas ações acreditando que elas subiriam ainda mais. Em vez disso, fomos surpreendidos com a pandemia de covid-19, que impulsionou o derretimento de diversas ações da Bolsa de Valores brasileira, entre elas, as de Petrobras. Estando ciente do que representa um topo e fundo na análise gráfica, certamente, fica mais fácil evitar ser prejudicado por esse tipo de situação.
Além desses dois conceitos, também há o de suporte e resistência. O primeiro determina uma faixa de preço que é “defendida” por muitos investidores, que realizam diversas ordens de compra, evitando que o preço do ativo fique abaixo de determinado patamar.
A resistência por sua vez, é entendida como uma região de preços que não consegue ser superada quando o ativo não tem força compradora suficiente para uma elevação contínua nos preços.
Conheça os indicadores da análise gráfica
Por fim, também é importante conhecer os indicadores da análise gráfica. Existem centenas deles disponibilizados pelas plataformas de negociação. Cada um demonstra cenários diferentes do mercado e serve como importante auxílio para a tomada de decisões dos investidores.
Como você pôde perceber, a análise gráfica é um elemento crucial para o investidor, independentemente se ele está iniciando no mercado financeiro ou já investe há um tempo. Por isso, não perca mais tempo e comece a estudar sobre cada um dos elementos que descrevemos neste artigo.