Quando você entra no mercado financeiro, um mundo se abre. Há várias oportunidades e pode ser um pouco difícil entender as características de cada um dos tipos de investimento disponíveis. Afinal, qual é melhor produto? A verdade é que não existe resposta certa, pois tudo depende de alguns fatores.
Por exemplo, seu perfil de investidor, os objetivos que você pretende alcançar, sua necessidade de fazer um resgate rápido e/ou emergencial etc. De toda forma, existem aplicações financeiras voltadas para todos os estilos, interesses e capacidades financeiras. Basta encontrar aquelas mais adequadas à sua realidade.
Aqui, volta a necessidade de conhecer os diferentes tipos de investimento. Somente dessa forma será possível encontrar a melhor alternativa para você. Por isso, criamos este artigo com as 7 principais aplicações financeiras para quem quer ter uma renda passiva.
Aviso: há opções para todos os gostos, tanto na renda fixa quanto na variável. Então, que tal conferir as modalidades? Boa leitura.
Veja as diferenças entre renda fixa e variável
O primeiro passo para conhecer os vários tipos de investimento existentes é entender como o mercado financeiro funciona. Isso porque ter essa compreensão ajuda a tomar boas decisões e formar uma carteira de ativos diversificada.
Para começar, você precisa entender que existem duas categorias de investimento e uma delas é a renda fixa. Nessa modalidade, o foco é o baixo risco de perdas. Por isso, o potencial de rentabilidade do ativo também é menor. Afinal, essas duas variáveis estão atreladas.
Na prática, essa opção é indicada para alguns tipos de investidores específicos, especialmente para quem:
● quer começar a aplicar seu dinheiro;
● tem perfil conservador, ou seja, preza pela segurança acima do retorno e não tolera perdas;
● conhece pouco sobre o mercado, isto é, tem baixo nível de educação financeira;
● está formando uma reserva de emergência;
● busca guardar alguma quantia para a aposentadoria e não pode perder o que tem.
Isso quer dizer que pessoas de outro perfil estão proibidas de investir na renda fixa? Não. Aliás, essa é uma boa opção para todos os perfis, desde moderado até o arrojado, e o objetivo é equilibrar a carteira. Lembre-se de que a regra de ouro do mercado financeiro é a diversificação. Assim, você diminui os riscos e aumenta o retorno de investimentos.
Porém, também existe a segunda categoria de ativos: a renda variável. Nesse caso, o foco é a rentabilidade. Isso significa que o objetivo do investidor é ter a chance de ganhar mais, mesmo que isso implique uma chance de perdas maiores. Por sua vez, o risco também é mais elevado. Devido a suas características, essa modalidade é indicada para quem:
● tem conhecimento sobre o mercado;
● investe há mais tempo;
● tem perfil arrojado;
● tolera riscos;
● pode aceitar perdas sem danos significativos ao seu patrimônio.
Da mesma forma, é possível que um investidor conservador aplique na renda variável. A questão, aqui, é entender quais ativos combinam mais com o seu perfil. Assim, você escolhe os melhores ativos para comporem a sua carteira.
Com essa explicação, você entendeu que a renda fixa é mais segura do que a renda variável. No entanto, ambas têm seus pontos positivos e negativos.
Conheça os 7 principais tipos de investimento
As aplicações financeiras são separadas em categorias. Além da divisão entre renda fixa e variável, você pode analisá-las a partir de outra perspectiva. Por exemplo, o prazo para alcance dos seus objetivos.
Sempre que você precisa escolher um tipo de investimento, deve analisar diferentes fatores. Os principais são:
● rentabilidade;
● risco;
● prazo;
● impostos;
● custos e taxas.
Essas categorias mudam de acordo com a aplicação financeira. Porém, ainda existem os seus objetivos financeiros. Eles estão relacionados ao prazo do investimento e são divididos da seguinte forma:
● curto prazo: tem resgate no prazo máximo de dois anos e, por isso, costuma ser mais conservador;
● médio prazo: tem uma duração entre dois e cinco anos e é indicado para quem deseja mais segurança e menos risco;
● longo prazo: é a opção para quem deseja fazer o saque dos valores aplicados em um período maior do que cinco anos e, por isso, pode apresentar um risco maior.
O que o prazo tem a ver com os seus objetivos de investimento? Entenda a relação por meio de um exemplo. Digamos que você tenha 45 anos e nenhuma reserva financeira. Agora, passou a pensar na aposentadoria. Por isso, optou por começar a investir.
Você fez alguns cálculos e verificou quanto tem que aplicar todo mês para garantir uma renda de R$ 2 mil por mês a partir dos 65 anos. Perceba que o prazo da aplicação é de 20 anos. Portanto, é longo.
No entanto, o montante a acumular é significativo. Se você aplicar tudo na renda variável, tem a chance de perder parte do dinheiro, pelo menos. Por isso, é melhor aplicar na renda fixa e deixar para investir em ações de empresas mais sólidas, como a Petrobras.
Agora, imagine que você tem a mesma idade, mas já conta com uma boa quantia na previdência privada. Quer investir em outros tipos de aplicação financeira pensando no longo prazo. No entanto, já tem seu futuro garantido. Nesse caso, pode ser interessante arriscar um percentual um pouco maior do seu patrimônio para ter a chance de aumentar a rentabilidade.
Ainda existe um terceiro exemplo. Você tem 25 anos e conta somente com a reserva de emergência. Quer começar a investir pensando na aposentadoria. O que fazer? Nesse caso, é possível considerar um percentual maior na renda variável. Afinal, qualquer prejuízo ocorrido pode ser compensado no longo prazo.
Entendeu como objetivos, prazo do investimento e perfil de investidor estão diretamente vinculados? Por isso, a escolha dos ativos é bastante pessoal e individual. Esse também é o motivo que justifica conhecer bem as características das aplicações financeiras. Assim, você tem mais chance de tomar uma decisão certa.
Dentro desse contexto, os 7 principais tipos de investimento são os que reunimos a seguir. Confira.
1. TESOURO DIRETO
Os ativos do Tesouro Direto são emitidos pelo governo federal. Por isso, são os mais seguros do mercado, já que a chance de calote é próxima de zero. Esses são os chamados títulos públicos, bastante acessíveis e que podem receber investimentos a partir de R$ 30, desde que essa quantia seja equivalente a 1% do título.
Por exemplo, se o valor total do ativo é de R$ 5 mil, é preciso aplicar R$ 50. Apesar disso, a maioria dos títulos permite a aplicação da quantia mínima. Toda a negociação de compra e venda é feita pela plataforma do Tesouro Direto. Ainda assim, é preciso ter uma conta em um banco de investimentos.
No ambiente virtual, você verá as opções de Tesouro Direto. Elas são:
1.1. TESOURO PREFIXADO
A modalidade pode oferecer o pagamento de juros semestrais ou somente no vencimento. Tem uma taxa predeterminada e conhecida – por exemplo, 3,5% ao ano.
Assim, você terá esse rendimento nominal — isto é, o valor bruto, sem considerar o desconto de taxas e impostos — em qualquer circunstância. Essa opção é indicada para cenários em que a taxa de juros está elevada e tem a tendência de queda.
1.2. TESOURO IPCA+
O rendimento está atrelado ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo, que mede a inflação oficial do Brasil. Ainda tem uma taxa prefixada – por exemplo, IPCA + 3,5% ao ano. Assim, você sabe que sempre terá um ganho real, já que haverá um percentual acima da inflação. Assim como o Tesouro Prefixado, também tem a opção de pagamento de juros semestrais.
1.3. TESOURO SELIC
O retorno depende da taxa básica de juros, a Selic. Por isso, é indicado para cenários em que esse indicador está em baixa e tende a subir. Essa é a única modalidade em que não há perdas em caso de resgate antes do vencimento. Por outro lado, não há pagamento de juros semestrais.
Qualquer uma dessas modalidades do Tesouro Direto faz parte da renda fixa. Por ser o tipo de investimento mais seguro que existe, é conhecido como a nova poupança.
2. DEBÊNTURES
As debêntures têm um nome difícil, mas são fáceis de entender. Elas são títulos de dívidas emitidos por empresas. Ao adquiri-las, o investidor tem o direito de crédito. Portanto, é como se estivesse emprestando dinheiro à empresa.
Tecnicamente, as debêntures são valores mobiliários. Elas representam a dívida de médio ou longo prazo da empresa. A rentabilidade do investidor depende de uma taxa de juros que pode ser:
● prefixada: tem uma taxa fixa e conhecida já na contratação;
● pós-fixada: depende de um indexador, como o IPCA ou o Certificado de Depósito Interbancário (CDI);
● híbrida: combina os dois modelos anteriores, ou seja, tem uma taxa fixa e outra que varia conforme determinado indexador.
Apesar de integrar a renda fixa, esse tipo de investimento apresenta um risco um pouco maior. Por consequência, paga um rendimento também mais elevado. Ainda existem diferentes tipos de debêntures. Os mais comuns são:
● conversíveis: misturam características da renda fixa e da variável, e os papéis podem ser trocados por ações da empresa emissora;
● simples: são as não conversíveis, ou seja, não podem ser transformadas em ações;
● incentivadas: são utilizadas para a captação de recursos para projetos específicos de infraestrutura, por exemplo, logística, saneamento básico e energia, havendo, nesse caso, isenção do Imposto de Renda (IR);
● comuns: são aquelas sem isenção de IR;
● permutáveis: podem ser trocadas por ações, porém os ativos são de outra companhia, em vez de serem da emissora;
● perpétuas: são aquelas que não têm prazo de vencimento, a remuneração é recebida ao longo do tempo, conforme o que foi acordado na emissão;
● participativas: oferecem a participação nos lucros da empresa emissora como forma de remuneração.
3. FUNDOS DE INVESTIMENTO
Os fundos de investimento são uma modalidade coletiva, porque várias pessoas aplicam seu dinheiro. Assim, tornam-se cotistas. Toda a quantia captada é gerenciada por um gestor especializado. Ele fará a alocação do montante de acordo com o regulamento e a política seguidos.
Devido a essa característica, os fundos de investimento são ideais para quem tem pouco conhecimento e/ou tempo para atuar no mercado financeiro. Isso porque a responsabilidade da aplicação fica com o gestor.
Ainda é importante destacar que os fundos de investimento podem fazer parte tanto da renda fixa quanto da renda variável. Por isso, costumam ser explicados em uma categoria à parte. No entanto, funcionam de acordo com as mesmas regras. O ponto-chave é a classe de ativos principal da carteira.
Nesse contexto, os fundos de investimento podem ser bastante variados. Os principais tipos são:
● de renda fixa: aplicam 80% ou mais da carteira em ativos da renda fixa;
● de ações: investem 80% ou mais dos recursos em ações de companhias de capital aberto – opções de ações, direitos de subscrição e títulos conversíveis em ações também valem;
● de índice (ETF): alocam os recursos em ativos atrelados a um indicador de mercado – podem ser de ações, de renda fixa e de fundos imobiliários. O objetivo é acompanhar o desempenho do indexador;
● de ouro: aplicam nessa commodity com o objetivo de fazer hedge, ou seja, proteger a carteira de ativos contra grandes oscilações de preço. É indicado para a diversificação de investimentos;
● cambiais: focam a alocação em moedas estrangeiras, especialmente dólar e euro. No entanto, não é feita a compra de papel-moeda, mas, sim, ativos com exposição cambial;
● multimercado: apresentam uma estratégia híbrida. Por isso, investem tanto em ativos da renda fixa quanto da renda variável. É indicado para diferentes perfis de investidor, basta verificar o risco previsto.
Vale a pena observar que também existem os fundos de investimento imobiliário (FIIs). Contudo, essa classe tem algumas particularidades. Por isso, tratamos à parte.
4. AÇÕES
As ações são títulos emitidos por companhias de capital aberto, ou seja, que negociam na Bolsa de Valores. Elas consistem em uma forma de captar recursos para a empresa. Apresentam alta liquidez. Portanto, o resgate dos valores aplicados pode ser feito a qualquer momento.
Por outro lado, é um investimento arriscado, que faz parte da renda variável. Apesar disso, há empresas mais sólidas, com um nível de segurança maior. A remuneração é paga por meio de dividendos ou juros sobre capital próprio. Também é possível lucrar com a venda dos ativos, desde que eles estejam valorizados.
Todas as operações são feitas via home broker da corretora de valores. Elas podem ser classificadas como:
● day trade: é quando a compra e a venda acontecem no mesmo pregão. Assim, a operação dura apenas alguns minutos ou horas;
● swing trade: consiste na mudança de posição em alguns dias. Por exemplo, a compra é feita hoje, e a venda é concretizada daqui a cinco dias;
● buy and hold: é a estratégia usada por quem visa ao longo prazo. A ação é adquirida e se mantém na carteira do investidor por vários meses, anos ou até décadas.
Qualquer estratégia é válida. No entanto, é preciso atentar às cobranças de impostos.
5. FUNDOS IMOBILIÁRIOS
Os FIIs são fundos de investimento comuns. Portanto, apresentam o mesmo funcionamento. A diferença é que o capital é alocado apenas em ativos imobiliários. Contudo, eles podem ser imóveis ou papéis do setor.
Quando o investimento é realizado em imóveis, é um fundo de tijolo. Alguns ativos físicos podem ser:
● shopping centers;
● galpões logísticos;
● lajes corporativas;
● corporate towers.
Por sua vez, se a alocação acontece em ativos mobiliários, é um fundo de papel. É o caso da aplicação do FII em:
● Letra de Crédito Imobiliário (LCI);
● Letra Hipotecária (LH);
● Certificado de Recebíveis Imobiliário (CRI).
As duas opções são interessantes e dependem da sua estratégia. De modo geral, os FIIs têm baixa liquidez. Além disso, os fundos de tijolo podem apresentar alguma dificuldade no rendimento aos investidores – isso devido à taxa de vacância dos imóveis.
Portanto, é preciso atentar a esse índice. Além disso, vale a pena calcular o chamado cap rate. Esse é o índice que mostra o percentual da renda anual obtida por meio de um imóvel em comparação com seu valor.
6. CERTIFICADO DE DEPÓSITO BANCÁRIO
O CDB é um dos tipos de investimento mais conhecidos. Consiste em um título privado emitido por instituições financeiras com o objetivo de captar recursos. Os valores podem ser usados para financiar atividades, projetos e ofertas de empréstimos a clientes do banco.
Essa aplicação financeira faz parte da renda fixa e é bastante segura. Porém, a rentabilidade costuma ser menor. O rendimento pode ser prefixado ou híbrido. No entanto, o mais comum é ser pós-fixado. Os indexadores atrelados ao CDB costumam ser:
● Selic;
● IPCA;
● CDI, que é o mais comum.
O CDI fica próximo à taxa básica de juros. Isso porque ele é o índice de referência das operações entre os bancos. Por isso, o CDB é uma boa opção para períodos de alta da Selic.
A liquidez desse investimento tende a ser baixa. Em alguns casos, é possível encontrar oportunidades de resgate diário. Quando isso acontece, geralmente, há um prazo de carência a cumprir. Esse período costuma ser de 90 dias. Assim, nesse intervalo de tempo, é proibido fazer o saque do capital investido. Depois disso, o processo pode ser executado a qualquer momento.
7. LETRAS DE CRÉDITO IMOBILIÁRIO (LCI) E DO AGRONEGÓCIO (LCA)
As duas opções são tratadas em conjunto, porque apresentam as mesmas características. O que muda é a finalidade da alocação de recursos. No caso da LCI, o capital financia atividades imobiliárias. Na LCA, o foco é o setor do agronegócio.
Apesar disso, ambas as opções integram a renda fixa, mas apresentam um potencial de retorno um pouco mais alto. Isso porque oferecem mais risco. A vantagem é a isenção do IR. Além disso, há a proteção do Fundo Garantidor de Crédito (FGC).
Isso significa que, em caso de falência do emissor, você tem direito a receber de volta R$ 250 mil por banco por CPF, com limite máximo de R$ 1 milhão em quatro anos.
Por outro lado, esses tipos de investimento geralmente apresentam baixa liquidez. Por esse motivo, são pouco indicados para pessoas que possam precisar do dinheiro em pouco tempo.
Saiba como começar a investir
Agora que você conheceu os 7 principais tipos de investimento, chega a hora de saber como começar a investir. O primeiro passo é identificar qual categoria de ativos é mais adequada à sua realidade. Você pode descobrir isso lendo as características ao longo deste post.
Nessa escolha, você deve considerar os fatores já citados. Em seguida, é importante fazer um planejamento, que avalie:
● montante disponível para aplicação;
● tempo em que deseja dar continuidade ao investimento;
● nível de risco tolerado.
Em seguida, é preciso contar com uma instituição financeira confiável. Você pode optar por um banco de investimentos ou uma corretora de valores. De toda forma, é importante ter acesso a um portfólio completo de aplicações financeiras.
Assim, será possível compor a carteira com todos os ativos que desejar. Entre as melhores oportunidades do mercado, estão:
● CDB;
● LCI;
● LCA;
● Letra de Câmbio (LC);
● Tesouro Direto;
● Certificado de Operações Estruturadas (COE);
● debêntures incentivadas;
● mercado de ações e opções;
● fundos de investimento;
● minicontratos.
Ainda, verifique outras variáveis importantes. Algumas delas são:
● custos: avalie se a abertura de conta é grátis, se há taxa zero de custódia e de manutenção da conta, se a taxa de corretagem é fixa e se não há exigência de valor mínimo;
● orientação profissional: veja se você terá o auxílio de profissionais especializados. É importante que a instituição financeira ofereça salas ao vivo com recomendações de analistas certificados, chat online durante todo o horário comercial, suporte técnico e cobertura econômica diária;
● tecnologia de ponta: confira se a plataforma de investimento é gratuita, se terá acesso a análises fundamentalista e técnica e se é possível realizar ordens programadas;
● confiança: tenha certeza de que o banco de investimentos tem uma história reconhecida.
Com todas essas dicas, você já pode transferir seu dinheiro para a conta do banco de investimentos e aplicar na modalidade que preferir. Afinal, diante de diferentes tipos de investimento, fica fácil montar uma carteira de ativos diversificada, com capacidade de gerar uma boa renda passiva.
E você, quer colocar essa ideia em prática? Aproveite e conte com a ajuda do modalmais. Entre em contato com nossos analistas e comece a tomar as decisões certas para sua vida financeira.